Uma das motos mais aguardadas do ano acaba de chegar às lojas neste sábado (12). Estamos falando da BMW G 310 R, a primeira investida da marca alemã entre as motos abaixo de 500 cc. O maior atrativo, claro, está no preço: R$ 21.900, valor que promete democratizar o acesso às motos da BMW - até então, o modelo de entrada da empresa era a F 700 GS, tabelada a R$ 39.950.
Mesmo sendo uma BMW "barata", a marca garante que não abriu mão da qualidade em favor de volume. "A fábrica de Manaus vai operar da mesma forma e as concessionárias não vão aumentar em número ao menos no começo, então será um crescimento gradual", explica o diretor da BMW Motorrad do Brasil, Federico Alvarez.
De fato, a primeira coisa que chama a atenção na G 310 R é o acabamento. Muitos dos componentes da novata vêm de motos maiores da casa, como os botões dos punhos, os retrovisores, as manetes e até mesmo a mesa do guidão com o logotipo BMW. Assim, nos sentimos de cara numa BMW. O painel é todo digital e bastante completo, incluindo mostrador de marcha, conta-giros por barrinhas e computador de bordo com consumo médio, instantâneo e autonomia, além de uma luz de alerta de rotação do motor (10.800 rpm).
Ao montar, me veio na memória imediatamente a F 800R, a primeira moto de alta cilindrada que tive. A posição de pilotagem é bem semelhante, com o guidão aberto e as pedaleiras altas e recuadas - para permitir boa inclinação nas curvas. O banco é confortável para o piloto (um tanto curto para o garupa) e fica a apenas 785 mm do solo, permitindo que condutores baixos se sintam à vontade. Como acessório, a BMW oferece banco Comfort, com mais espuma e um pouco mais alto (815 mm), e um banco baixo, que reduz ainda mais a altura de tocada (760 mm).
Mesmo sendo uma "trezentas", a G 310 R tem visual e porte de uma moto maior - não fica pequena perto de uma Honda CB 500F, por exemplo. As rodas são aro 17" com freios a disco (300 mm na dianteira e 240 mm na traseira) e sistema ABS de série. Pneus são 110/70 na frente e 150/60 atrás, bem dimensionados para o porte da moto. O refinamento técnico fica por conta das bengalas invertidas na suspensão dianteira (que ajudam a absorver melhor os impactos do solo) e dos coxins colocados na sustentação do guidão (que ajudam a filtrar as vibrações características dos motores de 1 cilindro).
Por falar em motor, a G 310 R vem equipada com um novo monocilíndrico de 313 cc com quatro válvulas e duplo comando, refrigerado a líquido. Gera 34 cv e 2,8 kgfm de torque, sendo controlado por um câmbio de 6 marchas com transmissão final por corrente. Sacada da BMW está na posição invertida do propulsor, ou seja, com o cilindro inclinado para trás, com a admissão posicionada na frente e o escapamento atrás do cilindro. Benefícios? Sem ângulos nem curvas, o fluxo de admissão fica mais rápido. O tubo do escape fica menor e mais leve, além de não ficar perto do radiador (para não transferir calor para o radiador). Por fim, ainda permite reduzir a distância entre-eixos, o que deixa a moto mais ágil para mudar de direção.
Dada a partida, me surpreendi com o nervosismo do motor. Embora seja menos potente que os bicilíndricos da concorrência (Yamaha MT-03 e Kawasaki Z300), ele sobe de giro com vontade e tem ronco grave e bem instigante, especialmente acima de 7 mil rpm. A embreagem tem acionamento leve, assim como o câmbio, que é fácil e preciso de usar. Leve (158 kg), a G 310 R se revelou bem divertida de pilotar.
A pista do Haras Tuiuti é um tanto travada, com pelo menos duas curvas que exigem maior atenção. Apesar disso, consegui passar dos 100 km/h no trecho de maior velocidade, para então frear forte para uma curva em subida à esquerda. E aí gostei dos freios! Como nas demais BMW, sobra potência de frenagem. Também curti a agilidade da G nas curvas, se mostrando bastante parceira nas situações de mudança de direção. Ela inclina bastante e, apesar da ótima estabilidade, parece ser suave em pisos ruins. Conta com bons 140 mm de curso na dianteira e 131 mm na traseira.
Uma das vantagens do motor monocilíndrico está nas retomadas. Mesmo em quarta e quinta marchas era só acelerar que a G 310 R respondia sem engasgos. E também não me senti incomodado com as vibrações: elas são um pouco sentidas nos pés, mas quase nada no banco e no guidão. Fica faltando o teste da estrada, para ver se ela encara bem uma viagem. Para uso urbano, só será preciso se acostumar com o pouco esterço do guidão (mesma coisa que acontece na F 800R). Quanto ao consumo, a BMW fala em média de 28 km/l.
Por fim, mas não menos importante, a BMW pegou mais leve no custo de manutenção da G 310 R. Para rodar 40 mil km, serão gastos cerca de R$ 4 mil - valor próximo das concorrentes de marca generalista. Uma vantagem da marca alemã é que, exceto pela primeira revisão de 1 mil km, depois elas acontecem somente a cada 10 mil km, sendo que a primeira e a segunda manutenção saem por R$ 375. Na compra, a novata já estará disponível no plano de financiamento balão, com entrada mais parcela de R$ 499 e parcela final. Em resumo, nunca uma BMW 0 km esteve tão perto!
Fotos: divulgação
MOTOR | 1 cilindro, 4 válvulas, 313 cc, comando duplo, gasolina |
POTÊNCIA/TORQUE | 34 cv a 9.500 rpm / 2,8 kgfm a 7.500 rpm |
TRANSMISSÃO | 6 marchas; transmissão por corrente |
SUSPENSÃO | Garfos telescópicos invertidos (41 mm) na dianteira e amortecedor central na traseira com pré-carga ajustável, 140 mm de curso na frente e 131 mm atrás |
RODAS E PNEUS | Aro 17" na dianteira com pneu 110/70 R17 e aro 17" na traseira com pneu 150/60 R17 |
FREIOS | Disco simples de 300 mm na dianteira e 240 mm na traseira, com ABS |
PESO | 158 kg (ordem de marcha) |
DIMENSÕES E CAPACIDADES | Comprimento 1.988 mm, largura do guidão -, altura -, altura do assento 785 mm, entre-eixos 1.374 mm; tanque 11 litros |
QUADRO | Tubular de aço com sub-quadro traseiro, balança traseira de alumínio |
PREÇO | R$ 21.900 (cores branca, preta e azul) |
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