Namyang, Coreia do Sul - Sólido. Essa é a primeira palavra que vem à mente na sequência de um curto passeio no recentemente revelado Hyundai Kona 2018. E eu quero dizer (bem) curto - dentro do centro de pesquisa e desenvolvimento da Hyundai em Namyang, Coreia do Sul, só tenho permissão para cerca de 10 minutos ao volante do novo crossover compacto. Mas, enquanto minhas impressões sobre o Kona são limitadas, o que posso dizer com certeza é que este novo Hyundai parece ter uma tonelada de potencial.
O Kona para os EUA será revelada no Salão de Los Angeles, em novembro, e as vendas deverão começar pouco depois, no início de 2018. No Brasil, onde ele também deve ser vendido, ainda não temos datas. Apenas a certeza de que ele matará o Tucson antigo e talvez até o ix35.
Quando chegar aos EUA, os clientes de lá terão dois motores para escolher. As versões de entrada SE e SEL virão com um motor 2.0 de quatro cilindros naturalmente aspirado, com 149 cv, 18,3 kgfm a 4.500 rpm, e transmissão automática de 6 marchas. Mas, aqui em Namyang, estou dirigindo um Kona equipado com o motor 1.6 T-GDI, bom para 177 cv e 27 kgfm entre 1.500 rpm e 4.500 rpm, acoplado a uma caixa de dupla embreagem de 7 marchas. Esse conjunto só será oferecido nas versões Limited e Ultimate, as topo de linha.
A estrutura é firme sem ser muito rígida ou ríspida diante de obstáculos, com as rodas de aro 18" deste carro de teste absorvendo imperfeições de pavimento com elegância.
Partindo de um trecho da pista de testes do centro de pesquisa e desenvolvimento da Hyundai, o motor turbo é suave, poderoso e muito refinado. O torque máximo do 1.6 vem a apenas 1.500 rpm e permanece forte até 4.500 rpm. A transmissão de 7 marchas efetua trocas suavemente em pontos previsíveis e, mesmo quando se aciona o modo Sport do Kona - o único outro além de Comfort - a transmissão não se torna uma parceiro repentina e excessivamente agressiva para este motor torcudo.
A Hyundai espera que 35% a 40% dos compradores dos EUA optem pelo turbo. Ainda que seja um dos motores mais poderosos do segmento de compactos, funcionários da Hyundai dizem que é provável que haja uma economia de combustível "melhor do que a da média". Em outros lugares do mundo, o Kona será vendido com um motor de 1 litro e 3 cilindros turbo a gasolina, bem como um turbodiesel de 1,6 litro de 4 cilindros em linha. Não espere por uma versão N, de alto desempenho, para o Kona. A próxima grande atualização de trem de força para ele envolverá a eletrificação.
A solidez do Kona pode ser sentida nas diferentes superfícies rodoviárias e longos trechos de pavimento inclinado no curto trecho da pista de testes que conseguimos usar. A direção tem um manuseio leve e oferece feedback apropriado - nada inovador, mas acima da média para o pequeno crossover. Da mesma forma, a estrutura é firme sem ser muito rígida ou ríspida diante de obstáculos, com as rodas de aro 18" deste carro de teste absorvendo imperfeições de pavimento com elegância. Nós obviamente precisaremos ter o Kona na estrada por mais tempo antes de fazer uma avaliação final, mas esta unidade inicial revela um crossover muito seguro de si. Com avaliações recentes em veículos como Jeep Renegade, Nissan Juke e Toyota C-HR na cabeça, podemos dizer que o comportamento em pista do Kona é superior.
A Hyundai diz que o Kona possui mais espaço livre e espaço interior geral do que qualquer um dos seus concorrentes.
A tração dianteira é padrão em toda a linha e a tração nas quatro rodas é opcional para todas as versões, independentemente do motor. A Hyundai diz que o sistema AWD prioriza a tração dianteira na maioria das vezes, a menos que piso escorregadio seja detectado, embora os motoristas possam colocar manualmente o Kona em uma espécie de modo de travamento do diferencial, no qual a energia é continuamente enviada para as quatro rodas. Os EUA serão um dos mercados mais importantes do Kona. Para que ele tenha sucesso por lá, a Hyundai sabe que precisa oferecer um sistema verdadeiramente capaz de tração nas quatro rodas.
A Hyundai divulgará detalhes de preços mais perto do lançamento do crossover naquele mercado, mas os planejadores de produtos me dizem que será "de acordo com os concorrentes" e menos caro do que o preço inicial de US$ 22.500 do Toyota C-HR. Nossa aposta, segura, é de um preço de entrada de cerca de US$ 20.000, com a oferta de recursos como um sistema multimídia com tela sensível ao toque de 7", Apple CarPlay e Android Auto, Bluetooth e muito mais de série no Kona. O SE terá rodas de aro 16", enquanto o SEL usará outras, de aro 17", além de trazer itens como a partida por botão, rack de teto e frenagem de emergência automática opcional. A versão Limited ganha as rodas de aro 18" vistas nestas fotos, bancos de couro, teto solar e faróis e lanternas de LED. Finalmente, o Ultimate terá navegação por GPS, carregamento de celular sem fio, sensor de chuva, um sistema de áudio Infinity de alta fidelidade e muito mais. De fábrica.
Atrás do volante, a primeira coisa que se nota é o quão alto é o Kona. Os bancos de couro são confortáveis. Há muito espaço para os ombros e para a cabeça. O layout da cabine é lógico, com um design simples e contemporâneo que provavelmente envelhecerá bem. Cada botão e controle está exatamente onde se espera que esteja. Reiterando, será preciso mais tempo dentro do Kona para realmente encontrar seus méritos e falhas, mas esta breve avaliação mostra um veículo que é espaçoso, silencioso e muito bem decorado. Ainda não temos as especificações finais, mas a Hyundai diz que o Kona possui mais espaço livre e espaço interior geral do que qualquer um dos seus concorrentes. Será preciso comparar as fichas antes de confirmar essa afirmação, mas, do banco do motorista, desfruta-se de uma cabine aberta e cheia de espaço.
Uma parte do Kona sobre a qual não estou convencido é a aparência. Sim, os projetos estranhos parecem funcionar com crossovers pequenos nos dias de hoje. Mas, como uma entrada tardia no segmento, o Kona é menos uma declaração ousada e mais uma mistura de outros projetos ousados. Os DRLs finos de LED da dianteira me lembram os do Cherokee, ou mesmo os do Citroën C4 Cactus. As curtas colunas C e a traseira, vista de 3/4, me lembram bastante o Mazda CX-3. E todos agora trazem teto flutuante. É preciso dizer que o Kona parece muito mais agradável em pessoa, para não dizer ao ar livre e sob luz natural. Sua presença é muito dependente da cor, também. A cor cinza retratada aqui é particularmente interessante.
De todo modo, uma aparência única é o que será necessário para o Kona se destacar no segmento altamente competitivo dos crossovers compactos. Ainda mais contra concorrentes fortes como Honda HR-V e Jeep Renegade. Diante deles, o Kona precisará entregar muita funcionalidade, consumo baixo de combustível e ótimo comportamento em pista. Para a sorte dela, a Hyundai parece ter um pacote muito equilibrado e coeso nas mãos.
Fotos: divulgação
HYUNDAI KONA 2018
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