Já dirigimos Honda CR-V 2017 - Mexendo em time que está ganhando
Já andamos na nova geração do SUV médio japonês, que aposta em evolução em vez de revolução
Enquanto no Brasil a Honda aposta no inédito WR-V, derivado do Fit, para ter uma opção de "crossover" abaixo do HR-V, nos EUA as atenções da marca japonesa estão voltadas para a nova geração do CR-V. Maior e mais sofisticada, ela chega num momento em que o modelo atual está arrebentando de vender lá na terra do Tio Sam. Por isso, a Honda fez uma aposta segura em sua "galinha dos ovos de ouro", como você pode conferir nesta primeira avaliação feita pelos nossos colegas do Motor1 Global.
– Monterey, Califórnia
Da última vez em que o Motor1 andou em um Honda CR-V, o editor sênior Jake Holmes resumiu bem meus pensamentos: este pode não ser o SUV que eu sempre quero dirigir, mas é o que mais acabo recomendando. Ele é o típico Honda, bom em quase tudo, espaçoso e funcional, bem construído, eficiente e vendido a um preço justo (pelo menos aqui nos EUA). Se eu prefiro a experiência de dirigir um Volkswagen Tiguan, por exemplo? Ou um Mazda CX-5, que não existe no Brasil, mas é um senhor crossover? Claro. Mas o CR-V não tem grandes pecados. E isso vale para esta quinta geração também, o CR-V 2017.
O novo CR-V chega ao mercado americano num momento em que suas vendas estão mais altas do que nunca. É por isso que a Honda não quis arriscar na renovação. Em time que está ganhando, não se mexe. Só se aperfeiçoa algumas coisas essenciais. E isso funciona bem. O novo modelo é melhor de dirigir, mais confortável e tem mais tecnologia. Como um executivo da Honda me disse, "ele fez pelo CR-V o que a décima geração fez pelo Civic".
O novo CR-V é melhor de dirigir, mais confortável e tem mais tecnologia
Eu ainda curto o estilo do CR-V original. Ele era quadradão e direto ao ponto, rústico no bom sentido. É lógico que o novo CR-V é um produto mais maduro e civilizado. Esta quinta geração reflete exatamente isso. Esqueça os faróis e a grade dianteira fora de moda do modelo anterior. No lugar deles estão faróis esguios e elegantes e uma grade em dois níveis. Vista de perfil, a carroceria maior parece pesada, apoiada em rodas de aro 18". Na traseira, o CR-V joga fora suas lanternas verticais e adota luzes horizontais que invadem a tampa traseira.
Sendo bem franco, o CR-V parece qualquer outro rival, com seus dois volumes característicos. Estacione-o lado a lado do Hyundai ix35 ou do Jeep Compass e o Honda não necessariamente vai se destacar. O desenho é moderno, ainda que conservador, o que deve fazê-lo envelhecer de um jeito saudável ao longo dos anos. Em termos de tamanho, o CR-V ficou um pouco maior nesta geração – 7 cm a mais de comprimento (de 4,53 m para 4,60 m), 4 cm extras de entre-eixos (2,66 m, contra 2,62 m) e 4 cm de altura (de 1,65 m para 1,69 m).
Os maiores ganhos foram no interior, onde a base do porta-malas tem quase 25 cm a mais do que antes. O espaço para as pernas teve um aumento de 5 cm. Para cada um dos bancos, você encontrará acomodações arejadas e espaçosas, com uma série de porta-trecos. O CR-V tem um novo console central ajustável com lugares específicos até para seus menores equipamentos eletrônicos, mas com a capacidade de acomodar itens maiores, como uma bolsa ou até um laptop. Com a segunda fileira de bancos dobrada, o novo CR-V ganha uma capacidade de carga de 2.146 litros. A abertura do porta-malas, baixa e larga, facilita o carregamento de itens grandes.
O acabamento e o encaixe das peças, não importe para onde você olhe, são fantásticos
Na parte da cabine que realmente interessa, o motorista é recebido por um novo painel de instrumentos digital (como o oferecido no Civic) e por um painel redesenhado, com o sistema multimídia da Honda, o Display Audio, com tela de 7". Eita, e o que é aquela coisa redonda no canto esquerdo inferior do equipamento? Um legítimo botão de volume, algo que a Honda trouxe de volta. Sensacional! Além do prazer de realmente poder aumentar ou diminuir o volume, o Display Audio funciona tão bem no CR-V quanto em qualquer outro modelo da Honda. E vem com Android Auto e Apple CarPlay, além do GPS, como opcional nas versões EX-L e de série na Touring.
Com tudo isso em conta, os bancos dianteiros são ótimos lugares para passar o tempo. São confortáveis e oferecem bom apoio, com um painel bem desenhado bem à frente deles. O acabamento e o encaixe das peças, não importe para onde você olhe, são fantásticos.
O habitáculo também é um lugar silencioso. Durante nossa avaliação, de Monterey a San Francisco, ao longo das estradas sinuosas e vias expressas do norte da Califórnia, o rumor dos pneus e o ruído de vento foram eficientemente deixados para fora. A única coisa que você pode ouvir, e bem de vez em quando, é o motor. Ao subir uma ladeira, ou entrar em uma via expressa, a CVT segura o motor em sua faixa ideal de rotações. Não é desagradável, nem incomum entre modelos semelhantes, então não considere essa característica como um pênalti.
Afora isso, o novo motor é campeão. Trata-se do novo 1.5 turbo de 4-cilindros, já usado no Civic, mas com 16 cavalos e 2,4 kgfm de torque a mais, chegando a 192 cv e 24,8 kgfm totais. Ainda é possível comprar o CR-V com o motor 2.4 de 4-cilindros aspirado em sua versão de entrada, a LX, mas a partir da EX a única opção é o 1.5 turbinado. E o benefício não se limita apenas à potência. O motor turbo é mais suave na operação, com melhor entrega de força e maior economia de combustível. Enquanto o LX, com tração dianteira, faz 11,1 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada, as versões 1.5 entregam respectivamente 11,9 km/l e 14,5 km/l. Com a tração nas quatro rodas (opcional), o consumo cai apenas 0,4 km/l nas duas situações.
O Honda CR-V se coloca como a escolha mais bem acertada entre os modelos de seu segmento
Enquanto o 1.5 às vezes luta contra subidas íngremes, na maior parte do tempo ele se sente em casa sob o capô do CR-V. A potência é adequada, com energia suficiente para movimentar o CR-V por aí, mas ele não chega a ser rápido. O que não tira sua confiança na estrada, com uma direção direta e de relação variável (com apenas 2,3 voltas de batente a batente, comparadas às 3,1 do modelo antigo), além do bom acerto de suspensão. Rodas maiores, freios mais eficientes e uma nova geometria de suspensão fazem o comportamento dinâmico parecer um pouco mais sofisticado. Mas o CR-V ainda não bate o Mazda CX-5, embora seja melhor de dirigir que o anterior, tanto em termos de comportamento quanto de envolvimento com o motorista.
Resumindo, este é um bom CR-V e não vai custar muito mais do que o anterior. Nos EUA, o preço da versão básica subiu apenas US$ 200, coisa de R$ 700. Mesmo nas mais caras, como a Touring AWD, a diferença em relação às versões do modelo anterior nunca passa de algumas centenas de Obamas. O que é ótimo, considerando as melhorias que já citamos e mais algumas, como o sistema Honda Sensing de segurança (controlador de velocidade adaptativo, alerta de mudança de faixa etc.), faróis de LED (só na versão Touring) e outros itens.
É realmente difícil pensar em razões pelas quais eu não recomendaria o CR-V para qualquer um que quisesse um SUV médio. Ele tem fundações sólidas, uma série de novos equipamentos e se comporta melhor do que o anterior. De novo, o Honda CR-V se coloca como a escolha mais bem acertada entre os modelos de seu segmento. Agora é aguardar a Honda do Brasil acenar com a sua importação.
Fotos: Steven Ewing / Motor1.com
Galeria: 2017 Honda CR-V: Avaliação
HONDA CR-V TOURING AWD 2017
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