Como dizia a propaganda do shampoo Colorama nos anos 1970, "minha voz continua a mesma, mas os meus cabelos"... Bom, algo parecido serve para descrever o Uno 2017: ele continua o mesmo de antes, mas, ao dirigir, quanta diferença! O hatch quadradinho da Fiat sofreu um transplante de coração e trocou os antigos motores Fire 1.0 e 1.4 pelos Firefly 1.0 3-cilindros e 1.3, ambos da nova família de motores GSE (Global Small Engine) da FCA.
Após um test-drive durante o lançamento em Belo Horizonte (MG), agora chegou a hora de levar o Uno transplantado para a pista de testes. E também conferir se o alardeado baixo consumo de combustível dos motores Firefly é tão bom assim na realidade das ruas. Para tanto, testamos a versão Sporting 1.3 com câmbio manual - o câmbio automatizado Dualogic é oferecido como opcional.
Relembrando as principais atrações dos novos Uno, os motores GSE usam bloco de alumínio e comando por corrente, além de variador de fase na admissão para propiciar menor consumo de combustível em cargas parciais do acelerador. O cabeçote é sempre de duas válvulas por cilindro, para, segundo a Fiat, favorecer o torque em baixos giros. No conjunto, o Uno recebeu ainda novo alternador mais eficiente, óleo mais fino, pneus de baixa resistência a rodagem e até melhorias aerodinâmicas sob a carroceria - tudo em nome da eficiência. Também trocou a direção hidráulica pela elétrica, que não rouba energia do motor, e abandonou de vez o tanquinho de gasolina da partida a frio.
O motor 1.3 do Uno é, a grosso modo, o mesmo 1.0 com um cilindro extra. Ele perde em cilindrada em relação ao antigo Fire 1.4, mas não deixe-se levar por isso. O novo 1.3 é melhor em tudo: suavidade de funcionamento, desempenho, economia e prazer de dirigir. Quem acelerou o Sporting aqui na redação voltou com elogios, principalmente no que diz respeito ao motor. Não que o desempenho faça jus ao design nervosinho desta versão, mas agora pelo menos dá para abrir um sorrisinho de canto ao acelerar. Em nossas medições, ele levou 12,2 segundos para chegar aos 100 km/h (o anterior ficava em torno dos 14 s), enquanto a retomada de 40 a 100 km/h exigiu 11,4 s.
O antigo Sporting 1.4 recorria a uma relação de transmissão mais curta que os demais Uno para ganhar agilidade. O Sporting 1.3 não precisa disso, já é espertinho usando a mesma relação do Way 1.3, com diferencial um pouco mais longo que o das versões 1.0. Na estrada, o anterior era um tanto cansativo, berrando a 4 mil rpm para manter os 120 km/h em quinta marcha, e gastando mais combustível. Agora, ele faz a mesma viagem a cerca de 3 mil rpm, quase sem gerar ruído de motor na cabine (o de rodagem e vento ainda é um pouco alto). E isso com uma ótima média de consumo: 14,2 km/l de etanol na medição em ciclo rodoviário. Na cidade, o Uno Sporting recebe a ajuda do sistema start-stop (de série) para conseguir outro belo resultado de 10,4 km/l de etanol - melhor que a maioria dos 1.0.
Prós
Contras
MOTOR | dianteiro, transversal, quatro cilindros, 8 válvulas, 1.332 cm3, comando simples com variador de fase; |
POTÊNCIA/TORQUE | 101/109 cv a 6.250 rpm / 13,7/14,2 kgfm a 3.500 rpm |
TRANSMISSÃO | manual de cinco marchas, tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 15" com pneus 185/60 R15 |
FREIOS | discos sólidos na dianteira e tambores na traseira, com ABS e ESP |
PESO | 1.055 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 3.820 mm, largura 1.656 mm, altura 1.480 mm, entre-eixos 2.376 mm |
PORTA-MALAS | 280/290 litros |
PREÇO | R$ 49.340 |
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 5,0 s | |
0 a 80 km/h | 8,2 s | |
0 a 100 km/h | 12,2 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em 3a | 11,4 s | |
80 a 120 km/h em 4a | 12,3 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 42,4 m | |
80 km/h a 0 | 27,5 m | |
60 km/h a 0 | 15,1 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 10,4 km/l | |
Ciclo estrada | 14,2 km/l |
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