O novo Renault Fluence começa a ser vendido no Brasil nos próximos dias. O CARPLACE já havia conhecido o modelo durante o Salão do Automóvel de São Paulo no ano passado e, no final de 2010, o testou no autódromo internacional de Interlagos. Como o modelo já está disponível nas concessionárias para test drive, resolvemos conhecer um pouco mais sobre o carro, seus pontos positivos e negativos e a impressão geral sobre o atendimento da rede Renault.
A versão disponível era uma Privilège com teto solar, na cor prata. De cara o veículo impressiona pelo porte: ao vivo é ainda maior do que nas fotos e passa a sensação de pertencer a um segmento superior. Mesmo assim o estilo é discreto e deverá agradar àqueles que preferem um veículo que “canse” menos à medida que for envelhecendo.
Por dentro a impressão é boa. Os bancos em couro claro são de ótima qualidade e reforçam a boa sensação de espaço interno – para quem viaja no banco traseiro trata-se de uma das melhores opções do mercado, reforçada pela presença de 02 saídas de ar condicionado.
A qualidade de alguns materiais, no entanto, é inferior ao que se esperaria de um modelo que custará mais de R$ 70 mil em sua versão top. Os direcionadores de ar condicionado passam uma sensação de fragilidade acima do normal e os puxadores de porta são de material similar àqueles utilizados nos Logan e Sandero mais caros.
Com o veículo em movimento começam a surgir as principais virtudes do modelo. A primeira delas é uma direção elétrica com equilíbrio perfeito entre a leveza nas baixas velocidades e o peso certo quando um maior desempenho é exigido.
Além disso, é fácil encontrar a melhor posição para dirigir graças às regulagens de altura e de profundidade do volante e de um banco confortável, convidativo para longos trechos. A tela de GPS na parte superior do painel tem um tamanho adequado à boa visualização e as funções do computador de bordo podem ser alteradas com um simples toque na ponta da alavanca direita da coluna de direção.
O ar condicionado funciona muito bem e permite regulagens individuais para os passageiros da frente – para quem tem namorada ou esposa que constantemente reclama do frio é uma “mão na roda” e tanto...
No trânsito é preciso um pouco de atenção. Aliada às dimensões externas generosas a visibilidade traseira definitivamente não é boa. O bom ângulo de visão dos retrovisores externos, no entanto, ameniza o problema. Outro ponto que poderia ser aprimorado: os controles de som, ao invés de estarem localizados no volante, foram alocados num comando satélite na coluna de direção. Funcionam, mas desviam um pouco a atenção do condutor.
Falando de motorização, o uso do propulsor 2.0 litros de 143 cv do Nissan Sentra foi uma escolha acertada da Renault para o modelo. O Fluence responde bem em todas as situações e se destaca por um funcionamento suave e silencioso.
O câmbio CVT é um destaque do carro. Para o trânsito intenso das grandes cidades é um grande diferencial. Não se sentem trancos e a suavidade é impressionante. Falta um pouco de emoção, é verdade, mas este é o preço do conforto. Como mais um diferencial há a possibilidade de trocas seqüenciais simulando seis marchas virtuais.
Próximo à revenda, em um teste realizado numa curva mais fechada, a estabilidade do carro impressionou graças ao bom acerto de chassi e ao uso do ESP. Surpreende também o fato de que o modelo, mesmo equipado com pneus de perfil baixo e rodas de liga leve aro 17, tem conforto de rodagem exemplar.
Destaque também o ótimo atendimento prestado pela concessionária Eurovia (Jaboatão dos Guararapes-PE). O vendedor Thiago, muito atencioso, explicou todos os detalhes do automóvel e se mostrou solícito a esclarecer quaisquer outras dúvidas que surgissem posteriormente. Ponto positivo para o treinamento realizado pela marca.
Conclusão: o carro tem alguns pontos em que precisa evoluir, mas a concorrência definitivamente tem com o que se preocupar.
Por: Thiago Parísio
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