Avaliação Jeep Compass Limited T270: a referência ainda reina?
O líder do segmento não tem mais a vida tão tranquila; vale a pena nessa versão intermediária?
O Jeep Compass chegou em 2016 com um alvo nas costas. Afinal, nascia um SUV médio com preço para brigar até com os SUVs compactos em suas versões mais caras e que, dentro da própria Jeep, ganhou mais importância até que o até então queridinho, Renegade. Nasceram Toyota Corolla Cross e VW Taos, citando seus rivais de marcas tradicionais.
Mas também apareceram BYD Song Pro e Plus e GWM Haval H6, concorrência chinesa com preço parecido e conjuntos híbridos que logo viraram os novos queridinhos da classe média de nome limpo brasileira. Como o Jeep Compass está posicionado para estas batalhas? Afinal, 2024 não foi um ano tão fácil como os anteriores para o líder do segmento.
Faixa perigosa e competitiva
Este é o Jeep Compass Limited T270, versão intermediária com o motor 1.3 turbo de até 185 cv e 27,5 kgfm com câmbio automático de 6 marchas. Custa R$ 221.990 - mais R$ 10 mil pelo teto-solar panorâmico -, uma faixa que tem concorrência pesada não só do Toyota Corolla Cross (R$ 212.890 na versão XRX Hybrid), mas também do GWM Haval H6 HEV2 (R$ 216 mil) e já mais perto dos PHEV BYD Song Plus (R$ 239.800) e o Haval H6 PHEV19 (R$ 241.000). Percebeu que os dois já são eletrificados, certo?
Na linha 2025, a maior mudança visual são as rodas de 19", com acabamento diamantado, e um novo acabamento na grade dianteira nesta versão. O Compass é o mesmo desde 2021, quando teve essa mudança visual que vemos aqui. Esse pode ser um fator para suas vendas não serem mais o que eram? Sim, o mercado cansa de produtos sem grandes novidades, sendo que até o Corolla Cross mudou recentemente.
Por dentro, o Compass Limited tem acabamento sóbrio, predominante preto, com alguns detalhes em preto brilhante e algumas partes em outros tons e materiais diferentes, mas ainda discreto. É um carro ainda bem acabado e bem montado, mas deve uma resolução melhor do painel de 10,25", que contrasta com a tela de 10,1" com boa resolução e um software que evoluiu bastante com o tempo.
Uma questão do Compass é seu espaço interno. Quando surgiu, era maior que os SUVs compactos disponíveis, mas com o tempo alguns até acomodam melhor os ocupantes que este médio, com 4.404 mm de comprimento e 2.636 mm entre os eixos - o Creta tem 4.330 mm e 2.610 mm, respectivamente. No porta-malas, são 476 litros, ainda maior que o dos compactos, mas que não o destaca diante da sua concorrência direta.
O famoso 1.3 turbo contra os híbridos
Um dia, o Compass e seus 185 cv se destacavam no segmento. Mas a chegada dos eletrificados, principalmente chineses, obrigaram a Jeep a fazer algo. No lugar da eletrificação, veio um 2.0 turbo de 272 cv nas versões topo, mas a Limited segue com o 1.3 turbo. Não dá para falar que é pouco, pois ainda são números melhores que os do Corolla Cross Hybrid e do VW Taos com seu 1.4 turbo de 150 cv.
Apesar de não ser nada oficial, é perceptível que com o tempo a Stellantis mexeu nesse 1.3 turbo depois dos problemas no começo. Comparado aos primeiros, esse Compass 2025 demora mais para acordar, principalmente nas saídas, também uma forma de segurar as emissões para atender novas normas. Estamos vendo isso em diversos motores de diversas montadoras pelo mesmo motivo, além de um acerto de câmbio também mais manso e conservador.
Na cidade, é bem perceptível, mas na estrada o Compass ainda é um bom carro. Além do desempenho, a suspensão independente joga a favor tanto em conforto quanto estabilidade, algo que essa plataforma ainda se destaca mesmo depois de tantos anos de mercado. Para dirigir, é um dos melhores SUVs, apesar de sentir bastante um peso elevado de 1.589 kg em saídas - a eletrificação ajudará bastante, como já vimos no passado com o Compass 4xe.
Equipamentos pelo preço: justo?
Nesta versão, o Compass Limited tem pacote ADAS com piloto automático adaptativo; alerta de colisão com frenagem automática; alerta de saída de faixas com assistente de centralização (novidade da linha 2025); farol-alto automático e reconhecimento de placas de trânsito - para levar monitor de ponto-cego, sensor de estacionamento dianteiro e assistente de estacionamento automático, tem que levar o Compass S, de R$ 241.990, este já com teto-solar panorâmico de série. Em conforto, além do já citado, o sistema de som Beats.
O Jeep Compass ainda é um bom SUV, mas a concorrência foi atrás. O próprio Corolla Cross mudou consideravelmente e corrigiu defeitos - ganhou abertura elétrica do porta-malas, enquanto boa parte das versões do Jeep perderam, por exemplo -, além da chegada dos chineses, maiores e eletrificados. O tempo de mercado sem grandes mudanças também é prejudicial.
Vamos ver o que a Jeep prepara para o seu SUV médio. A promessa da eletrificação existe, mas uma nova geração já será revelada no exterior em breve e com certeza estará no Brasil nos próximos anos. Será que 2025 será melhor para ele? Depende mais da Jeep que de seus concorrentes.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
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Jeep Compass T270
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