Desde o dia em que assumiu a presidência dos Estados Unidos pela primeira vez, há quase 8 anos, Donald Trump foi proibido de dirigir pelo resto da vida. É uma norma de segurança do serviço secreto americano, que vale mesmo após o fim do mandato. A quem já ocupou o Salão Oval da Casa Branca resta sentar-se no banco traseiro e deixar que agentes federais treinados em manobras de evasão assumam o volante. Ordens são ordens.
Lyndon Johnson (1963-1969) foi o último dos governantes do país a guiar em logradouros públicos. Desde então, os presidentes dos Estados Unidos puderam, no máximo, matar as saudades do volante dentro de propriedades particulares: Ronald Reagan conduzia seus Jeep CJ-6 (1963) e Scrambler (1983) no rancho da família, Bill Clinton sempre que pode dirige carrinhos de golfe e Joe Biden aproveitou uma gravação com o apresentador e colecionador Jay Leno para voltar a acelerar seu querido Corvette 1967 conversível.
Quando voltar ao poder, Trump terá que se conformar com as limusines presidenciais "The Beast" — paquidérmicos veículos com mais de 7 toneladas, portas de caixa forte hermeticamente fechadas, chassi de caminhão, grade de Cadillac e reforços à prova de foguetes, granadas e armas químicas. Deve ser um sacrifício para quem já teve tantos supercarros ágeis e exuberantes.
Na época em que era apenas um empresário muito rico, Trump concebeu o que seria “a melhor limusine do mundo”. Foi no fim da década de 80 que ele teve a ideia de fazer um carro a seu gosto. Um dos usos desse palácio móvel seria transportar jogadores VIP pelo trajeto de 210 km entre a cidade de Nova York e os cassinos do bilionário em Atlantic City.
Cadillac Trump Golden Series 1988
Protótipos foram construídos: eram dois Cadillac esticados pela empresa Dillinger-Gaines Coach Works e recheados com TV, videocassete, fax e bar, além de muitos couros, madeiras e dourados. O teto era um pouco mais alto, para conforto dos passageiros.
Trump levou seus planos à Cadillac e propôs que a marca fizesse 50 dessas limusines especiais (que seriam chamadas de Trump Golden Series). As encomendas, contudo, nunca foram efetivadas e o projeto acabou esquecido.
Cadillac Allanté
Outro Cadillac dos anos 80 que Trump teve foi um Allanté, conversível de dois lugares desenhado por Mario Vernacchia na Pininfarina. Equipado com motor V8 transversal e tração dianteira, o exemplar de Trump era pintado de dourado.
Antes de se candidatar a presidente dos Estados Unidos e vestir o manto de defensor da indústria do país, Trump não se furtava de ter automóveis importados. Um de seus primeiros xodós sobre rodas foi um Rolls-Royce Silver Cloud 1956 (há quem diga que foi seu primeiro carro, um mimo do pai Fred, magnata do ramo imobiliário). Em 2010, Trump comprou outro Rolls-Royce: era um Phantom preto, novinho, que foi seu carro de uso até se mudar para a Casa Branca pela primeira vez, em janeiro de 2017.
Trump também já foi dono de um italianíssimo Lamborghini Diablo VT Roadster 1997, personalizado na cor azul Le Mans, que acabou virando tema de um episódio do programa “O aprendiz”, apresentado pelo magnata. Na linha dos supercarros, ele teve ainda um Diablo VT cupê (azul metálico) e um Ferrari F430 F1 (vermelho, ano 2007). Em 2005, deu à esposa Melania um Mercedes-Benz SLR McLaren.
Na maior parte do tempo, contudo, o empresário Trump se deslocava por Nova York no banco de trás de limusines Lincoln ou Cadillac mais convencionais (e made in USA). Assim, o bilionário causou surpresa ao anunciar que iria guiar o pace car das 500 milhas de Indianápolis, em 2011. Diante de protestos, ele desistiu da aventura e a direção do Camaro-madrinha foi repassada ao lendário piloto A.J. Foyt.
Mas nada sintetiza tanto o gosto de Trump quanto uma motocicleta criada especialmente para ele no reality show “American Chopper”, em 2012. Em frente às câmeras, os customizadores Paul Teutul, Sr. e Paul Teutul, Jr. fizeram uma moto cheia de brasões e florões dourados e com o nome do milionário na tampa da transmissão.
A moto Trump criada no American Chopper
— É 100% feita nos EUA — alardeou Trump diante da chopper em que nunca andou. A moto tornou-se um enfeite de saguão da Trump Tower e de hotéis e cassinos do magnata.
Outro presente que o presidente eleito jamais poderá guiar é uma Tesla Cybertruck. Doada por um jovem influencer-celebridade, a picape foi tunada com a famosa foto do dia em que Trump sofreu um atentado.
Proibido de dirigir seus carrões, Trump já vendeu vários de seus xodós. Entre, 2017 e 2018, tanto o Ferrari F430 quanto o Rolls-Royce Phantom foram leiloados. O esportivo saiu por US$ 270 mil, enquanto o carrão de luxo britânico saiu por US$ 145 mil. Recentemente, o Lamborghini Diablo VT Roadster foi arrematado por US$ 1,1 milhão. Pobre menino rico...
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