Depois de meses de rumores e, acima de tudo, de raiva por parte de seus funcionários (embora sem nenhuma interrupção nas operações), a Renault tomou uma decisão: ela irá se aposentar dos Fórmula 1 depois de 47 anos como fornecedora de unidades de potência na categoria, divididos entre períodos apenas como fabricante e também como equipe proprietária.

O anúncio veio na última segunda-feira (30/9), e não foi exatamente uma surpresa, há algum tempo já havia humores de que a Alpine, equipe da Renault da F1 buscaria um novo propulsor fora, provavelmente da Mercedes-Benz.

Teste Alpine A110S

A Alpine Hypertech e um supercarro

A decisão de deixar a Fórmula 1 foi certamente difícil, mas não implica no fechamento total da fábrica de Viry (FRA), onde são produzidas as unidades de potência da Fórmula 1. Muito pelo contrário.

O Grupo Renault confirmou que o centro será renomeado como "Alpine Hypertech" e será o núcleo para o desenvolvimento, a curto e médio prazo, de baterias para os futuros carros esportivos da marca. Em um segundo momento, a equipe de engenheiros também realizará atividades de pesquisa no Advanced Engineering sobre a química das células de altíssima densidade energética, particularmente com a tecnologia de baterias de estado sólido. No comunicado de imprensa, lê-se que:

"Hypertech Alpine será um novo centro de engenharia de ponta em Viry-Châtillon. Será o centro de excelência que reunirá engenharia de ponta e expertise automobilística de alto desempenho para atender à Alpine e ao Grupo Renault."

O centro manterá fortes laços com o automobilismo e contribuirá para o desenvolvimento do futuro supercarro da Alpine. Em conclusão, o comunicado afirma que:

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O motor Renault passou por alguns períodos de ouro, principalmente nos R25 e R26 dirigidos por Fernando Alonso (foto aqui em 2006) e Giancarlo Fisichella

"A cada funcionário, impactado por este projeto de transformação, será oferecida uma nova posição dentro do Hypertech Alpine. Será criada uma unidade dedicada, composta por membros da diretoria, de recursos humanos e por representantes dos funcionários, que se encarregará das diversas medidas de apoio à transformação e, em particular, dos planos de formação necessários para o início dos novos projetos.

A criação do centro Hypertech Alpine é fundamental para a estratégia de desenvolvimento da Alpine e, mais amplamente, para a estratégia de inovação do Grupo. Trata-se de um ponto de virada na história do local de Viry-Châtillon, que permitirá perpetuar o know-how e integrar suas raras competências no futuro ambicioso do Grupo, ao mesmo tempo em que reforça a posição da Alpine como 'garagem da inovação'. Seu DNA esportivo continua sendo um pilar da marca e continuará a alimentar um projeto industrial e automobilístico sem precedentes, graças principalmente à Hypertech Alpine."

 

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