Stellantis diz que tomou decisões para "não acabar como rivais"
CEO Carlos Tavares explica que período é crítico para a indústria europeia, mas não tomará medidas drásticas
Durante cerimônia de inauguração de novos escritórios em Mirafiori, na Itália, o CEO do grupo Stellantis, Carlos Tavares, aproveitou o contato com a imprensa para comentar sobre a atual situação da indústria automobilística da Europa. O executivo comentou sobre o tema das emissões, se posicionando contra o adiamento da entrada em vigor das novas regras, e falou também sobre a preocupante crise vivida pela rival Volkswagen.
De acordo com Tavares, a Stellantis conseguiu se prevenir de boa parte da crise que hoje atinge a concorrência e, em razão de decisões estratégicas tomadas anteriormente, não precisará apelar para medidas drásticas, como a concorrente. “Tomamos muitas decisões impopulares no passado recente. Fomos duramente criticados por isso. Mas a única razão pela qual agimos de determinada maneira foi para evitar acabarmos como a Volkswagen", disse.
Carlos Tavares na inauguração dos novos escritórios da Pro One em Mirafiori
O executivo garantiu que, pelo menos por enquanto, não demitirá funcionários ou fechará fábricas, como ameaça fazer a Volkswagen para sair da crise. Os alemães têm amargado quedas importantes nos números de vendas na Europa e na China e reduzido consideravelmente as previsões de lucro. Um plano emergencial de corte de custos está sendo implementado e visa economizar pelo menos 10 bilhões de euros.
Há possibilidade de fechamento de duas fábricas na Alemanha (algo até então nunca feito em toda a história da marca) e demissão de aproximadamente 15.000 funcionários após acordos de trabalho já estabelecidos terem sido recentemente cancelados.
Tavares disse ainda ser contra o adiamento da entrada em vigor das novas regras de emissões na Europa. "Há anos sabemos que seriam implementados limites mais rigorosos no trabalhamos arduamente para estarmos preparados. Mudar as cartas alguns meses depois do sinal verde para este novo desafio não é correto", desabafou. "Meus carros estão prontos, minhas equipes estão prontas e nossas fábricas estão prontas. Por que adiar? O aquecimento global não é mais um problema?", completou.
"Não sabemos o que nos reserva o futuro. A única coisa é trabalhar da melhor forma possível e fazer as escolhas certas para defender a Stellantis e as pessoas que trabalham na Stellantis", finalizou.
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