Em março, passou pela Câmara dos Deputados o Projeto de Lei que ficou conhecido como "Combustíveis do Futuro". Circulando no Senado desde então, o PL 528/2020 foi aprovada em plenária na casa. Entre as alterações propostas, estão a possibilidade de elevar a quantidade de etanol na gasolina comum para até 35%.

No Senado, o texto recebeu algumas alterações. Portando, ainda deve retornar à Câmara dos Deputados para nova apreciação. Além da maior mistura de etanol na gasolina, o Projeto de Lei conhecido como "combustíveis do futuro", ainda prevê o aumento do biodiesel no diesel e legisla sobre temas como combustíveis de aviação, biometano, diesel verde, combustíveis sintéticos e até mesmo a estocagem de gás carbônico.

etanol posto

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A partir da publicação da proposta como lei, a nova margem de mistura de etanol à gasolina passará de 22% a 27%, podendo chegar a 35%. Atualmente, a fica entre 18% e 27,5%. Quanto ao biodiesel, misturado ao diesel de origem fóssil no percentual de 14% desde março deste ano, a partir de 2025 será acrescentado 1 ponto percentual de mistura anualmente até atingir 20% em março de 2030, segundo metas propostas no texto, que ainda ainda precisará passar pelo crivo do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Efeitos da maior quantia de etanol na gasolina

Para quem tem um carro com motor a combustão flex, o máximo que pode acontecer é uma alteração para menos no consumo. Mas a questão pode ser um empecilho para quem tem carros mais velhos ou modelos mais recentes que utilizam apenas gasolina, pois é um aumento significativo na quantidade de etanol no combustível e algo fora do previsto no desenvolvimento destes motores.

Mas vale lembrar que o etanol oriundo da cana-de-açúcar é suscetível às safras da planta, com valor e disponibilidade variando ao longo do ano. Desde a adoção do etanol combustível, na década de 1970, o Brasil nunca se deu ao trabalho de adotar alguma forma de estoque regulador para mitigar tais efeitos, que podem chegar simplesmente à falta do etanol nos postos em crises de abastecimento como as observadas no final da década de 1980.

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