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Conceito retrô-futurista traz Renault 17 dos anos 70 para o século XXI

Cupê R17 Electric Restomod x Ora-ïto será apresentado no Salão de Paris

Conceito traz o Renault 17 dos anos 70 para o século XXI
Foto de: Renault

O amigo leitor já ouviu falar do Renault 17? Pouco conhecido dos brasileiros, esse “quase esportivo” foi produzido na França entre 1971 e 1979. Com carroceria cupê de duas portas, o modelo era feito sobre a plataforma do sedã Renault 12, que vinha a ser o irmão francês do nosso Ford Corcel. Tração dianteira, motor da família Cléon, eixo rígido na traseira… Era tudo bem parecido.

Feitas as apresentações, vamos às novidades: a Renault acaba de mostrar as primeiras imagens do conceito R17 Electric Restomod x Ora-ïto, que no mês que vem enfeitará o estande da marca no Salão de Paris. Antes disso, o cupê poderá ser visto de perto na Maison5, uma “loja experiência” que a companhia mantém na Rive gauche da capital francesa. O carro é apenas um estudo de estilo, sem expectativas de chegar à fabricação em série.

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Desde 2021, e a cada ano, a Renault vem contratando designers famosos para criar restomods (abreviatura de "restaurações-modernizações") que conectem o passado e o futuro da marca. O primeiro desses show cars foi um R4 recriado por Mathieu Lehanneur, depois foi a vez do R5 revisitado por Pierre Gonalons. No ano passado, a holandesa Sabine Marcelis mostrou sua visão de Twingo elétrico.

Quem é Ora-ïto?

Para o projeto de 2024, a Renault convocou Ora-ïto (pseudônimo de Ito Morabito), um super premiado designer marselhês que já desenhou desde garrafas de cerveja até vagões de bonde, mas nunca tinha se aventurado muito pelo mundo dos automóveis.

Obra de Gaston Juchet, o desenho original do R17 teve suas proporções mantidas, mas foi alisado e simplificado por Ora-ïto. Enquanto os retrovisores foram afinados ao mínimo indispensável, os para-lamas foram alargados em 17 cm, no total, para abrigar pneus maiores. Em vez das rodas de 13” que eram regra na década de 1970, o R17 Restomod traz aros de 19” com discretas calotas que lembram discos de vinil.

Conceito traz o Renault 17 dos anos 70 para o século XXI
Conceito traz o Renault 17 dos anos 70 para o século XXI

A dianteira continua a trazer quatro faróis mas, em vez de redondos, agora são retangulares e bem estreitinhos. O mais bacana é que têm luz amarela, como era obrigatório na França entre 1936 e 1993. A grade ostenta o atual logotipo da Renault, mas com as mesmas dimensões do que era usado no R17 de 50 anos atrás. Como no modelo do passado, as lanternas traseiras formam uma régua que atravessa toda a largura da carroceria. Outro detalhe mantido são as aberturas (seriam guelras?) nas largas colunas C, um conjunto que dá o maior charme ao modelo."

"Eu quis destacar o design original do Renault 17 e, ao mesmo tempo, dar-lhe um visual mais contemporâneo em termos de fluidez, dinâmica e racionalidade por meio da minha própria assinatura: a simplicidade. Tentei simplificar os aspectos mais complexos", explica Ora-ïto.

Na cabine, mais minimalismo para ressaltar as características mais marcantes do estilo original. O painel foi alisado, mas ainda tem quatro mostradores brotando do tablier. Os instrumentos do carro-conceito são digitais e, é claro, foi acrescentada uma central multimídia. O volante ainda é de dois raios, agora com base e topo achatados.  O marrom (cor escolhida para a carroceria) também domina o interior, onde é combinado com creme. Redesenhados com base na estrutura original, os bancos são muito anatômicos e forrados com lã.

Conceito traz o Renault 17 dos anos 70 para o século XXI
Foto de: Renault

Conceito traz o Renault 17 dos anos 70 para o século XXI

De “tudo na frente” para “tudo atrás”

Na mecânica é que está a transformação mais radical. O R17 de antigamente tinha tração dianteira (era parente dos R12 e Ford Corcel, lembram?) e dispunha de diversas opções de motor, sempre quatro cilindros a gasolina. Na versão mais ardida (R17 Gordini), a cilindrada era de 1.605 cm³ e a potência chegava a 108 cv, graças a artifícios como a moderníssima injeção eletrônica.

Já o Restomod é 100% elétrico e tem seu motor montado no eixo traseiro. São 272 cv (mais do que a potência do Golf GTI Mk8). Como a carroceria é feita de fibra de carbono, foi possível manter o peso do Renault dentro do limite de 1.400 kg — o que seria prenúncio de ótimo desempenho e dirigibilidade caso este não fosse apenas um show car.

Outros fabricantes já fizeram recentemente conceitos elétricos baseados em carros dos anos 1970, como o Peugeot 504 Coupé, o Hyundai Pony e o Opel Manta. E os cupês esportivos podem ter um revival com o lançamento anunciado das novas gerações do Honda Prelude e Toyota Celica. Quem sabe a Renault não se anima e usa o R17 Restomod como inspiração para um futuro modelo?

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