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Governo aprova programa Mover, que vai para sanção presidencial

Após muita briga pela inclusão da "taxa das blusinhas", indústria finalmente tem as regras para direcionar os investimentos no Brasil

Toyota Prius Flex - Apresentação

Depois de meses de apreensão e disputa política, o programa Mover finalmente foi aprovado na câmara e segue para sanção presidencial. O projeto cria uma política industrial para a mobilidade sustentável, buscando investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento e a regução das emissões de carbono no país. A aprovação do texto é comemorada pela indústria, após um período de preocupação após a inclusão da taxação para importações até US$ 50, a chamada “taxa da blusinha”.

“A ANFAVEA celebra a aprovação do MOVER pelo Congresso Nacional, uma política industrial que entrega previsibilidade e segurança jurídica para o setor automotivo continuar renovando seus ciclos de investimentos com foco na descarbonização, na segurança veicular, na reindustrialização e na neoindustrialização”, afirmou o Presidente da associação das fabricantes, Márcio de Lima Leite.

Volkswagen Nivus - Desenvolvimento de etanol

Volkswagen Nivus - Desenvolvimento de etanol

O Mover foi aprovado com facilidade na volta ao Congresso Nacional, com 380 votos a favor e somente 26 votos contra. Os deputados federais mantivaram as 11 emendas feitas pelo Senado, como a exclusão do incentivo à produção de bicicletas e a exigência de conteúdo local para empresas de exploração de petróleo.

O programa visa a descarbonização da indústria automotiva nacional, buscando um investimento em tecnologia que aumente a competitividade global. Um dos principais pontos é a promoção do uso de biocombustíveis, combustíveis de baixo teor de carbono e formas alternativas de propulsão, o que em grande parte será traduzido no estímulo ao uso do etanol como combustível. O Mover ainda trará requisitos obrigatórios de reciclagem na fabricação dos veículos e de eficiência energética no ciclo do tanque à roda.

A aprovação era muito aguardada pela indústria pois dará origem às próximas regras de emissões para o país, o que irá direcionar a estratégia das fabricantes sobre os próximos carros. Também trará o chamado “IPI Verde”, cobrando menos impostos de quem polui menos. O governo dará mais de R$ 19 bilhões em créditos financeiros para as empresas habilitadas no programa, que precisarão investir na descabonização e atender os requisitos obrigatórios.

A tecnologia Bio-Hybrid da Stellantis

A tecnologia Bio-Hybrid da Stellantis

As fabricantes terão que investir entre 0,3% e 0,6% de sua receita operacional bruta em pesquisa e desenvolvimento. Em números, isso significa que para cada R$ 1,00 investido, a empresa receberá entre R$ 0,50 e R$ 3,20 de créditos para abater impostos da Receita Federal. O investimento pode ser usado até para trazer linhas de montagens mais modernas, como a Stellantis fez ao importar parte do maquinário descomissionado na Europa, com a meta de fazer motores híbridos em Betim (MG).

A meta do governo é usar o etanol, então diversas fabricantes irão apostar nos motores híbridos-flex, combinando a redução de emissões do sistema eletrificado com a baixa emissão de carbono do etanol. Há tempos o discurso do governo, Anfavea e fabricantes é de que o biocombustível é uma vantagem do Brasil e que irá acelerar a descarbonização, como uma alternativa aos veúculos elétricos, que são a aposta do resto do mundo.

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