A tragédia ambiental que atingiu o Rio Grande do Sul em maio causou grandes prejuízos, não apenas em termos de destruição, mas também para as seguradoras no Brasil. De acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), até 24 de maio, foram registrados 23.441 sinistros de veículos, resultando em indenizações que totalizam R$ 1,67 bilhão.
Uma estimativa da Bright Consulting indica que cerca de 200 mil automóveis e comerciais leves foram afetados pela enchente. Murilo Briganti, COO da consultoria, explicou que esse número foi alcançado considerando que de 5% a 10% da frota de 2,8 milhões de veículos do estado foram inutilizados. Briganti também destacou que, dado que o licenciamento mensal no estado representa 5% do total do Brasil, a recuperação da frota aos níveis anteriores à tragédia pode levar cerca de 20 meses.
Alagamentos no Sul. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
“A maioria das solicitações de indenizações ainda não foi reportada pelos clientes às seguradoras”, afirmou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg ao Automotive Business. A entidade espera apresentar um levantamento mais atualizado no fim de junho, quando a maior parte dos avisos de sinistros deve ter sido informada. Até o momento, 8.216 registros de clientes de seguro automóvel já foram feitos, somando mais de R$ 557 milhões.
Além dos danos diretos aos veículos, quase 95% das cidades do Rio Grande do Sul foram atingidas pelas enchentes. O impacto financeiro com os 200 mil veículos afetados é estimado em cerca de R$ 8 bilhões, considerando que o preço médio desses carros, que têm cerca de 13 anos de idade, varia entre R$ 40 mil e R$ 50 mil.
“Analisando a idade e o valor médio dos veículos, chegamos a essas cifras”, explicou Briganti. “Haverá muitos casos de judicialização devido à calamidade pública, além da questão de onde armazenar todos os resíduos sólidos para um descarte minimamente correto. A reciclagem de veículos é mais difícil no Brasil porque não é regulamentada pela legislação de materiais sólidos. Ainda há muito a ser feito.”
Alagamentos no Sul. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Durante o pior período das chuvas em maio, Volkswagen e General Motors tiveram que paralisar a produção de veículos temporariamente devido à quebra do fluxo de componentes em decorrência da tragédia. O Rio Grande do Sul, além da fábrica da GM em Gravataí, também abriga uma série de fornecedores do setor.
Para José Andreta Jr, presidente da Fenabrave, “as condições favoráveis do crédito mantiveram o mercado aquecido no restante do País, tanto em maio quanto no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, fazendo o cenário continuar em viés positivo. Ainda é cedo para analisar o impacto do ocorrido no Rio Grande do Sul sobre as vendas anuais”.
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