Após um período de desavenças, o clima entre a Chery e o Grupo Caoa está muito melhor. Uma das provas é que a fábrica de Jacareí (SP), parada desde 2022, está perto de voltar a operar, para produzir Omoda/Jaecoo, divisão da Chery que começará a vender carros no Brasil em agosto. Neste momento, as duas empresas estão alinhando os últimos detalhes sobre como será esta nova etapa da linha de montagem.
Alex Wang, diretor da Omoda/Jaecoo para o Brasil, confirmou que a negociação com a Caoa está correndo bem e estão resolvendo pormenores do contrato. O executivo ainda não deu detalhes se a fábrica retornará para a Chery, ou se será operada em um regime semelhante ao de Anápolis (GO) no novo acordo com a Hyundai, montando carros sob encomenda. O que Wang confirmou é que o acordo está perto de ser finalizado e que está praticamente certo que o complexo paulista fará os carros da Omoda e da Jaecoo.
A Chery sempre quis usar Jacareí novamente ao invés de construir outra fábrica, por uma questão emocional. Foi a primeira linha de montagem da fabricante chinesa fora da China, então é um local especial para a empresa. Shawn Xu, CEO da Chery International e da Omoda/Jaecoo, disse ao Motor1.com em outubro passado que Jacareí seria a prioridade e lembrou que foi diretor do complexo entre 2019 e 2022, deixando o cargo para assumir a liderança da OJ.
Executivos da OJ dizem que a operação pode começar com CKD, com o carro sendo importado da China em um kit, fazendo somente a montagem no Brasil, usando alguns componentes nacionais. Não está descartada a possibilidade de ter uma produção de fato no futuro, porém é algo que ainda não foi decidido, pois neste momento a prioridade é finalizar a negociação.
A fábrica de Jacareí foi inaugurada em 2014 e passou a ser parte da joint venture entre Caoa e Chery em 2017, quando a Caoa adquiriu 50% da operação (anos depois, a empresa brasileira comprou mais 1% para ter o controle). A linha de montagem foi fechada em maio de 2022, um movimento que surpreendeu a indústria pois a Caoa Chery havia lançado o Tiggo 3X produzido no interior paulista apenas um ano antes. Na época, a Caoa prometia que iria modernizar a fábrica para produzir elétricos e híbridos a partir de 2025, no entanto não anunciou nenhum investimento no local até o momento.
O plano da OJ é produzir os carros de maior volume no Brasil e, na linha atual, isso significaria montar o Omoda 5, que será o modelo mais barato da empresa durante o primeiro ano após o lançamento em agosto. Um veículo menor, chamado Omoda 3, está em desenvolvimento mas só deve fazer sua estreia global em 2025.
Embora a empresa veja como a negociação como quase finalizada, ela não nega que possui um "plano B" caso tenha que construir sua própria fábrica. O nordeste chegou a ser uma possibilidade, mas a reforma tributária acabará impedindo que novas fabricantes recebam os mesmos benefícios hoje concedidos para a Stellantis e para a BYD. A Omoda/Jaecoo se reuniu com representantes de outros estados para discutir sobre uma fábrica local. Porém, Jacareí ainda é a menina dos olhos e muitos dentro da Chery ficarão felizes em vê-la voltar a produzir.
Procurada por Motor1.com, a Caoa afirma apenas que "não há nada definido".
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