BYD já planeja estar no Top 3 do Brasil em 2027
Estratégia inclui ampliação da rede e lançamento de modelos, além da produção nacional
De Shenzhen, China - “A BYD quer estar no Top 3 do mercado brasileiro em 2027.”, afirma Henrique Antunes, diretor de vendas da empresa no país. Ante à incredulidade do repórter diante de uma meta tão ambiciosa para daqui a apenas três anos, o executivo faz as contas:
“Em 2002, vendemos apenas 250 carros no Brasil. No ano passado foram 18 mil, quando tínhamos apenas 28 revendas. Agora temos cem concessionárias e já vendemos 20 mil carros desde janeiro. Como serão 200 lojas até dezembro, devemos fechar 2024 com 100 mil carros emplacados. Vamos vender 300 mil em 2027… Vai acontecer!”, diz Antunes, que está na China para a abertura do Salão de Pequim.
Além da já anunciada produção dos Dolphin Mini, Dolphin, Yuan Plus e Song no Brasil, a companhia prepara uma sequência de lançamentos em nosso mercado - alguns com potencial para grande volume de vendas e outros que servirão como vitrine tecnológica.
BYD Song Plus DM-i 2023
Song Pro, o Anti-Compass
Em junho chegará ao Brasil o Song Pro - uma espécie de Song Plus de entrada, para ter maior volume de vendas. Híbrido plug-in com acabamento no capricho e 197 cv de potência combinada, o modelo deverá brigar diretamente com o Jeep Compass Longitude e com o Toyota Corolla Cross híbrido.
BYD King híbrido plug-in
O sedã King
Em julho será a vez de o BYD King estrear entre nós. É um sedã híbrido plug-in com autonomia de até 1.200 quilômetros. O modelo chegará ao Brasil custando um pouco mais caro que o Corolla híbrido.
A picape Shark
Em maio, será lançada mundialmente no México a picape Shark. O início das vendas no Brasil está previsto para setembro ou outubro. Com o porte de uma Hilux e chassi separado da carroceria, a BYD Shark é uma híbrida plug-in. No Brasil, essa cabine dupla brigará com as picapes a diesel topo de linha, com preços na faixa dos R$ 350 mil a R$ 400 mil. Um de seus itens de série e uma placa com tomadas que permite que a Shark seja usada como fonte de energia elétrica no meio do campo.
BYD Fang Cheng Bao 5- Foto por Jason Vogel
Divisões de luxo
Além dos três lançamentos já confirmados para os próximos meses, a marca chineses já está nos estudos para vender três modelos de divisões mais luxuosas da BYD. O que tem maior potencial entre nós é o Bao 5, um irmão SUV da picape Shark. É um off-road híbrido plug-in com estilo e acabamento para enfrentar os Land Rover na casa dos R$ 500 mil.
BYD Denza D9- foto por Jason Vogel
Os modelos da divisão Bao deverão ser vendidos no Brasil em concessionárias separadas das lojas BYD “normais”. A ideia é que divida o salão com os carros da divisão Denza. Na China. Vimos de perto a D9, uma minivan plug-in de sete lugares com acabamento muito luxuoso, confortáveis bancos reclináveis na fileira central. Com preços na faixa dos R$ 600 mil, brigará diretamente com a Kia Carnival.
BYD U8 - foto por Jason Vogel
U8
A cereja do bolo é o Yangwang U8, SUV ultraluxuoso que já ficou mundialmente famoso por ser capaz de girar 360º em seu próprio eixo. Com o porte aproximado de um Mercedes Classe G, o impressionante modelo nasceu para mostrar tudo o que a BYD pode fazer.
O U8 tem quatro motores elétricos e potência total de 1.200 cv. Além disso traz um “motorzinho” 2.0 a gasolina que serve apenas como gerador para ampliar o raio de ação desse jipão do outro mundo. São mil quilômetros de raio de alcance. Ah, sim: apesar se seus 3.500 quilos de peso, o U8 é capaz de flutuar… O acabamento é digno de despertar desejo em um príncipe saudita.
Obviamente, o U8 é mais uma vitrine tecnológica do que um modelo para aumentar o volume de vendas da BYD - seu preço deverá superar R$ 1 milhão. Tanto o Bao 5 quanto a Denza 9 e o Yangwang U8 já estão a caminho do Brasil para fazer clínicas de mercado e os primeiros testes antes da homologação, quando se avaliam que parâmetros terão que ser modificados antes da venda em nosso mercado.
O gargalo atual
Antunes diz que o gargalo da BYD no Brasil hoje é o número ainda insuficiente de concessionárias. “Quando se dá uma estilingada dessas, a gente sofre a dor do crescimento”, compara. Um dos efeitos da “estilingada” é a demora na chegada de
alguns componentes às concessionárias.
“Temos praticamente tudo no estoque em Cariacica, no Espírito Santo, mas o crescimento nas vendas fez com que pedidos de peças demorassem a ser atendidos. Com mais lojas e o aumento dos estoques nas concessionárias, esperamos reduzir o tempo de espera”, afirma o executivo.
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