A General Motors anunciou que venderá carros híbridos plug-in, mudando o posicionamento que a dona da Chevrolet tinha adotado de pular direto para veículos 100% elétricos. A revelação foi feita por Mary Barra, CEO da GM, durante um encontro com investidores na última terça-feira (30). Com esta decisão, a empresa irá investir na tecnologia híbrida como uma transição para o elétrico, atendendo um público maior, algo que os concessionários estavam cobrando da fabricante.
Esta mudança na estratégia estava sendo ventilada há alguns meses. O plano inicial, revelado pelo presidente Mark Reuss em 2018, era que a GM não investiria em híbridos para focar totalmente em carros elétricos. Três anos depois, Reuss disse ao The Washington Post que a fabricante decidiu “alguns anos atrás que não iriamos entrar nos carros híbridos ou híbridos plug-in, mas sim ir direto para os elétricos.”
Só que o cenário mudou muito deste então, obrigando a GM a reconsiderar este posicionamento. A empresa tem tido dificuldades com sua nova linha de elétricos, não só com a produção (o que fez com que o Equinox EV fosse adiado) como também com problemas de software do Cadillac Lyriq e Chevrolet Blazer EV. Até a Silverado EV, que já está sendo vendida, seguirá com a produção mais restrita por conta da falta de demanda.
Barra não deu nenhum detalhe durante o encontro com os investidores, afirmando somente que o sistema híbrido plug-in seria introduzido “em alguns veículos” na América do Norte, sem citar outros mercados. O foco na região é justificado por ser o maior da empresa e pela necessidade de atender as regras mais rígidas de economia de combustível, mas afetará outros mercados.
Hoje, a China é o único país que tem carros híbridos da GM. A fabricante usa um sistema híbrido-leve no Monza e mais alguns modelos, combinado ao motor de três cilindros. Há também um motor híbrido plug-in no Buick Velite 6. Para este ano, como revelaram documentos divulgados pelo governo chinês, a nova geração do Chevrolet Equinox terá uma variante PHEV, mas que estreará somente no final do ano por lá.
Embora esteja mudando a estratégia, a GM continua comprometida em eliminar todas as emissões de seus carros e comerciais leves até 2035. A vinda dos carros PHEV seriam uma forma de avançar na descarbonização nos próximos anos. Barra destacou os benefícios ambientais dos PHEVs, citando como reduzem as emissões de todo o país enquanto a estrutura de recarga ainda está sendo construída. “Sabemos que o mercado de elétricos não vai crescer linearmente”, adiciona Paul Jacobson, CFO da GM. “Nós estamos preparados para trabalhar entre a produção de elétricos e carros a combustão.”
No caso do Brasil, a expectativa é que a Chevrolet aposte em um sistema híbrido-leve na linha nacional, por ser uma tecnologia que já trabalha com o motor de três cilindros na China. Porém, a plataforma precisará de modificações, pois os carros chineses que usam este sistema são feitos com uma arquitetura baseada na D2XX do Cruze – o único carro restante com a plataforma GEM por lá é o Tracker.
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Projeção: novo Chevrolet Corvette Zora terá 1.200 cv
Marca britânica Jaguar deixa de vender carros no Reino Unido
GM: serviço de carro por assinatura tem Equinox EV por R$ 11.700 mensais
Brasil quer equipar 33% dos eletrificados com baterias nacionais até 2033
À espera de mudanças, Chevrolet vende Tracker com bônus de até R$ 15.000
Semana Motor1.com: Novo Honda City 2025, Ranger cabine simples e mais
Chevrolet Onix volta a ser produzido no Brasil após 27 dias de paralisação