O conceito Renault Niagara foi revelado recentemente, adiantando uma futura picape para a marca francesa, como uma substituta para a Oroch. E ela não estará sozinha. A Nissan ganhará uma versão própria, o que foi reiterado pela marca durante uma apresentação da Aliança Renault-Nissan realizada no início de dezembro, onde as fabricantes cometaram sobre os planos para América Latina e Índia.
“Iremos enriquecer nossa linha ao utilizar a competência da Renault em picapes de meia tonelada, recentemente revelada com o nome Niagara”, explica Makoto Uchida, CEO da Nissan. “Da mesma forma, a Nissan vai fornecer a nossa capacidade comprovada em nossa picape de 1 tonelada, a Nissan Frontier, para ajudar a Renault aumentar sua presença produtiva na Argentina.”
Trata-se de mais um caso em que as duas fabricantes irão aproveitar um carro da outra para aumentar sua linha com produtos semelhantes. Neste caso, a Renault está à frente do projeto por já ter a Oroch no mercado. A picape intermediária recebeu somente uma reestilização, ao invés de avançar para uma nova geração acompanhando o Duster. Alguns rumores afirmavam que era uma solução temporária enquanto a nova geração de fato estava em desenvolvimento.
Este atraso é explicado pela troca de plataforma. A Aliança Renault-Nissan está se afastando das arquiteturas anteriores para usar somente as estruturas modulares da família CMF. Neste caso, espera-se que seja a CMF-B, que é a base do Kardian que começará a ser vendido no Brasil em março de 2024. Ainda será uma picape monobloco, porém com uma plataforma mais moderna e que permite até motores eletrificados.
Como a Renault já está trabalhando na nova geração da Oroch, a Nissan irá se aproveitar de um tempo mais curto de desenvolvimento, apenas criando um design que tenha especificações técnicas semelhantes à sua “irmã”. A produção conjunta na Argentina ajudará a reduzir os custos para ambas pelo ganho em escala nos componentes. É o que as duas fabricantes já fazem com Frontier e Alaskan, montadas na mesma linha em Córdoba (Argentina).
Os detalhes ainda são bem nebulosos. Hoje, a Oroch é vendida com motor 1.6 aspirado e 1.3 turbo. Com a nacionalização do 1.3, esta opção deve ser mantida, enquanto o 1.6 pode acabar substituído pelo 1.0 turbo, para manter uma versão mais em conta. A Renault afirma que terá motores híbrido flex no Brasil e, dependendo da tecnologia, poderia tornar-se uma escolha para a dupla, ajudando a diferenciá-la no segmento.
É um projeto que não pode demorar muito, ou ambas irão encontrar um segmento ainda mais disputado. A Fiat Toro já nada de braçadas e domina a categoria, com a Chevrolet Montana na segunda posição. A Stellantis colocou um segundo modelo, na forma da Ram Rampage, que está ganhando ritmo de vendas. A Volkswagen planeja finalmente produzir a Tarok, mostada como conceito no Salão do Automóvel de 2018 e com previsão de chegar às lojas em 2025.
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