Chery diz ter feito o carro mais aerodinâmico do mundo, mas não é verdade

A aerodinâmica desempenha um papel central na criação de um carro, e sua importância se torna ainda mais acentuada na era dos veículos elétricos. Uma aerodinâmica eficiente é crucial por vários motivos, entre eles o impacto na eficiência energética, o que é fundamental para essa nova geração. Em outras palavras, um design simplificado reduz o arrasto, facilitando que os carros movidos a bateria tenham uma autonomia maior.

Isso nos leva ao veículo que você vê nas fotos. Esse é o mais recente conceito elétrico da Chery, que aparentemente tem um coeficiente de arrasto de 0,168. O protótipo Aero foi desenvolvido usando simulações de IA e a Chery afirma que ele é o carro mais aerodinamicamente otimizado do mundo. Acontece que essa afirmação é completamente imprecisa, mas voltaremos ao assunto.

Os detalhes disponíveis sobre o conceito não são tão extensos. A fabricante chinesa explica que a inspiração para o design geral foi o atum (sim, o peixe) e que realizou mais de 2.000 casos de otimização diferentes em sua busca pelas linhas aerodinâmicas "perfeitas". Em testes de túnel de vento realizados em agosto passado, a Chery registrou um Cd de 0,168, que afirma ser o melhor desempenho do setor automotivo. Entretanto, o resultado não foi verificado de forma independente.

O Volkswagen ARVW podia atingir 362 km/h com seus 179 cavalos de potência!

A Chery ainda tem trabalho a fazer

Se compararmos o Chery com outras realizações notáveis no campo da aerodinâmica, o conceito Volkswagen ARVW alcançou um Cd de 0,15 na década de 1970. Quanto ao conceito Ford Probe V de 1985, ele ofereceu uma resistência ao vento de 0,137, e o Fiat Turbina de 1954 teve uma resistência ao vento de 0,14. Todos os números superam facilmente o novo conceito da Chery.

O Lightyear 0, um carro muito mais moderno, tinha um coeficiente de arrasto de 0,175. Essa start-up não durou muito tempo e apenas dois veículos foram montados. Como o site Electrek aponta, a Aptera Motors está dando os últimos retoques em um veículo de três rodas movido a energia solar, que supostamente tem um coeficiente de arrasto entre 0,13 e 0,15. No entanto, esses números ainda não são oficiais ou públicos. 

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