O GP de Abu Dhabi tornou-se a data habitual para fechar a temporada de Fórmula 1 e, como não poderia deixar de ser, em 2022 a cortina voltará a cair em um ano cheio de emoções e intensas batalhas na pista, mas também servirá como despedida de muitos que estão no grid. Não se trata apenas de pilotos se despedindo da mais alta categoria do automobilismo, mas também de vários deixando suas equipes após uma etapa que talvez nunca mais esqueçam.
O piloto alemão tem sido um símbolo da Fórmula 1 moderna, com quatro títulos em quatro anos, além de 53 vitórias em até três equipes diferentes, Toro Rosso, Red Bull e a Ferrari, onde lhe escapou o sonho de emular seu ídolo, como campeão mundial vestido de vermelho, Michael Schumacher.
Depois de duas temporadas na Aston Martin, com momentos brilhantes quando o carro o permitia, Vettel só conseguiu somar o pódio no GP do Azerbaijão, embora tenha comemorado um segundo lugar na Hungria que mais tarde foi tirado devido a irregularidades técnicas. Em Abu Dhabi, o tetracampeão se despede de uma das formas mais elegantes possíveis, com uma carreira invejável e, embora seja improvável que consiga sequer abrir a champanhe, os torcedores poderão comemorar tendo visto um dos melhores da história, dentro e fora da pista.
O australiano se tornou um dos favoritos no paddock com seu sorriso brilhante e gestos despreocupados, mas voraz no asfalto com grandes ultrapassagens. Começou numa humilde HRT e depois foi para a Toro Rosso, até que lhe deram a oportunidade na Red Bull, curiosamente, com o outro que se despede da Fórmula 1, Sebastian Vettel, a quem facilmente superou.
No entanto, um período sombrio na McLaren, acompanhado de pequenos raios de sol na Renault com o qual poderia ter sido o quinto em 2020, fizeram com que Ricciardo deixasse a F1 com poucas opções para voltar, mesmo que nunca diga nunca, como já foi o que aconteceu, por exemplo, com Kevin Magnussen. Em Yas Marina, o australiano vai pôr fim, ou deixar de lado, a carreira de 8 vitórias e 32 pódios, além de 12 temporadas de gargalhadas na F1.
O canadense foi quem, sem querer, acrescentou mais emoção a uma temporada muito acirrada, com o seu acidente nas voltas finais do GP de Abu Dhabi. Após três temporadas, ele se despedirá da F1 com o carinho das redes sociais em forma de memes com seus embates habituais, embora, além disso, tenha sido um piloto que aproveitou as oportunidades que se apresentaram para colocar uma Williams pouco competitiva nos pontos, como na Hungria no ano passado, ou graças à chuva no Japão.
Em Yas Marina, ele concluirá a sua etapa na F1, e embora não se preveja o seu regresso no futuro, tem sempre as portas da mais alta categoria do automobilismo abertas, pelo que devemos estar atentos ao que o canadense decida, como como o WEC ou a IndyCar.
O espanhol voltou à F1 com a intenção de se divertir, e fez isso no seu primeiro ano, quando conseguiu subir ao pódio após sete anos de seca, embora o verdadeiro objetivo tenha sido traçado em 2022 com os novos regulamentos. Apesar de ser muito complicado, sempre houve a esperança de que a Alpine criasse um carro competitivo, algo que acabou não acontecendo, e que estava piorando o relacionamento dentro da equipe, com repetidas falhas de confiabilidade.
O francês tem sido uma das principais espadas da equipe de Faenza após a mudança de nome, com sua passagem pela Red Bull não sendo marcante, a ponto de os austríacos o rebaixarem após apenas meia temporada. No entanto, Gasly se redimiu com um pódio em Interlagos e sua vitória histórica em Monza, que, entre outros motivos, lhe rendeu uma vaga na Alpine após a saída de Fernando Alonso para a Aston Martin.
O filho do lendário Michael Schumacher será forçado a sair após a contratação de Nico Hülkenberg ter sido confirmada. O alemão, depois de dois campeonatos, não correspondeu às expectativas, nem do chefe da equipe, Gunther Steiner, nem do proprietário, Gene Haas, pelo que optaram por procurar a sorte com mais um piloto experiente, como fizeram antigamente com Kevin Magnussen.
Schumacher deixará a Haas com 43 GPs disputados e a esperança de retornar à F1 após um descanso forçado, embora não tenha mais a proteção da Ferrari, já que seu contrato com a academia expira assim que o ano de 2022 terminar.
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