Royal Enfield anuncia primeiros passos para ter motos elétricas

Grupo dono da marca indiana comprou ações de uma empresa espanhola especializada no setor

Thiago Moreno

Por: Thiago Moreno

03 Janeiro 2023 em 14:08

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Em 29 de dezembro de 2022, a controladora da Royal Enfield, a Eicher Motors Limited, anunciou um investimento estratégico na fabricante espanhola de motocicletas elétricas Stark Future SL. Se esse nome soa familiar, é provável que você esteja pensando na primeira incursão de Stark em motocicletas elétricas, a Stark Varg de motocross.

A Stark Varg apareceu pela primeira vez aos olhos do público em dezembro de 2021. Quando as reservas foram abertas em janeiro de 2022, ela vendeu 1.000 unidades no primeiro dia de pré-compra, ainda que o cronograma oficial para a entrega das motos previa que elas chegassem aos donos apenas em março de 2023.

A Eicher Motors e a Stark Future estão trabalhando nos bastidores há alguns meses, antes da Eicher emitir um comunicado à imprensa para anunciar formalmente seu investimento. Qual será esse investimento? Cerca € 50 milhões, o que equivale a aproximadamente R$ 2,8 bilhões. Isso, por sua vez, se traduz em uma participação acionária aproximada da Stark Future SL de 10,35%. Também dá a Eicher um assento no conselho de administração da Stark Future.

Como seria uma Royal Enfield elétrica?

“Estamos muito entusiasmados em colaborar de perto com a Stark Future, que está tão focada quanto nós em desafiar as normas, ultrapassar os limites e criar ofertas diferenciadas para os clientes”, disse o CEO da Royal Enfield, B. Govindarajan, em comunicado.

“Além do grande potencial da Stark Future, vemos imensas sinergias nesta parceria. Enquanto eles estão expandindo e planejando sua entrada no mercado em breve, apoiaremos a Stark no processo de industrialização. Embora sejam líderes em tecnologia de veículos elétricos, principalmente em componentes leves e soluções inovadoras, nós da Royal Enfield usaremos esses recursos para desenvolver nossas plataformas de veículos elétricos e também planejamos compartilhar algumas plataformas de veículos elétricos no futuro”, acrescentou.

“Amamos a visão, a paixão e o foco da incrível equipe da Stark Future. As motocicletas de lazer não se prestam facilmente à tecnologia elétrica neste estágio, devido a desafios como autonomia da bateria, peso e custo. Isso resultou em um crescimento baixo deste segmento até agora”, disse o diretor administrativo da Eicher Motors Ltd., Siddhartha Lal, no mesmo comunicado.

“A Stark Future conseguiu entender e aproveitar o potencial da tecnologia elétrica superando drasticamente as ofertas à combustão, sem comprometer a autonomia, o peso e o custo. Eles criaram uma motocicleta de motocross absolutamente surpreendente - a Stark VARG - como sua entrada no mundo elétrico. Acreditamos que a Stark Future tem o maior potencial de crescimento real no segmento com este modelo, e o potencial de usar essa base forte para se estender a outras categorias também”, afirmou Lal.

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“Nosso objetivo era desafiar e inspirar a indústria de motocicletas com a criação da Stark VARG e trazer nossa tecnologia elétrica da prancheta para a realidade”, disse o fundador e CEO da Stark Future, Anton Wass.

“Agora, fazer parceria com uma das primeiras marcas de motocicletas da história e fazer parte de sua jornada em direção à sustentabilidade é uma grande inspiração para nós da Stark. Já trabalhamos em estreita colaboração com Siddhartha, Govindarajan e sua equipe por alguns meses e ficamos profundamente impressionados com o que eles criaram nos últimos 25 anos, bem como com a mentalidade e o foco para continuar a construir e desenvolver a Royal Enfield no futuro do motociclismo sustentável,” Wass continuou.

“Com a Stark VARG, acreditamos ter um modelo de lançamento que irá redefinir os padrões, então saber que a base técnica da moto vai se espalhar muito mais e se infiltrar em mais modelos e produtos é outra fonte de orgulho para nós. Foi uma jornada curta, intensa e incrível para nós até agora, mas nossa ligação com a Royal Enfield e o que está reservado para os próximos anos são sinais brilhantes para o futuro”, concluiu.