O futuro dos carros esportivos é uma incógnita quando pensamos em eletrificação, já que o cenário não é muito animador. A Peugeot descontinuou sua linha GTi há algum tempo, enquanto que a Renault fará o mesmo em 2023 com sua gama RS. Idem para a Ford, que anunciou o fim do Fiesta e Focus, ou seja, suas versões ST deverão dar adeus. Mas nem tudo está perdido, pois a Honda garante que não vai abandonar seus carros esportivos.
Quem garantiu isso foi Hideki Kakinuma, engenheiro-chefe do Civic Type R, que em entrevista à revista britânica Autocar disse que "sem Type R, não há Honda". Como argumento, o engenheiro revelou que a fabricante japonesa "acredita firmemente que o prazer de dirigir é a essência central da mobilidade privada, da mobilidade pessoal". Mas como você deve saber, as normas de emissões da indústria automotiva estão cada vez mais rígidas e acabam forçando as montadoras a adotar a eletrificação, bem como “tirar leite de pedra” para alguns modelos se adequarem à nova realidade.
"[Devido à] neutralidade de carbono e regulamentos de emissões que são muito rigorosos, é muito difícil pensar em um modelo esportivo nesses limites." De contrapartida, a Honda enxerga os atuais obstáculos como "novos desafios para proporcionar aos nossos clientes o prazer de dirigir". Para alcançar o tal prazer ao volante, Kakinuma disse ainda que a Honda continua comprometida em trazer novos carros com a grife Type R.
O engenheiro japonês garante que um esportivo com a grife Type R não precisa ser necessariamente um carro equipado com motor a gasolina, pois até um veículo elétrico ou mesmo híbrido pode ganhar o brasão da divisão esportiva da Honda, mas desde que seja divertido de dirigir. Vale lembrar que, no início deste ano, o consultor técnico da Honda Motor Europe, Ko Yamamoto, não excluiu a possibilidade de um inédito Honda Civic Type R híbrido plug-in baseado no modelo recém-lançado – que também está confirmado para chegar ao Brasil em 2023.
Apesar da indústria estar caminhando para carros 100% elétricos, principalmente se considerarmos o mercado europeu, que vai banir carros a combustão a partir de 2035, o engenheiro disse que a neutralidade de carbono pode ser alcançada com um carro a combustão, o que nos leva a acreditar que Kakinuma esteja se referindo a combustíveis sintéticos. A rival Toyota, por exemplo, fazendo testes com motores a combustão movidos a hidrogênio.
Por fim, curiosamente o engenheiro até mencionou que pode sobrar tempo para um carro esportivo a combustão surgir, embora ele ainda não tenha muitas esperanças. E não é para menos: com os regulamentos Euro 7 mais rígidos entrando em vigor ao final desta década, o futuro não parece muito promissor para carros esportivos como conhecemos hoje.
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