Após algum tempo em negociações, a Royal Enfield finalmente cumpriu a promessa de montar suas motos em território nacional. A divisão brasileira da marca indiana deu início ontem (7/12) ao processo de montagem das motocicletas da empresa em Manaus (AM). Esse começo é muito similar à estratégia de outras marcas premium quando deram início a produção por aqui também.
A Royal Enfield fez uma parceria com a Dafra Motos para utilizar a capacidade da linha de montagem da marca brasileira para fazer as motos da indiana por aqui. O regime de produção é o CKD (Completely Knock Down). Ou seja, as peças ainda chegam importadas da Índia, mas a montagem final é completada em Manaus.
A Royal Enfield confirmou que a operação terá capacidade para 15.000 unidades anuais, o que é mais do que a marca comercializa hoje. Entre janeiro e novembro, a empresa emplacou 9.291 motocicletas no mercado brasileiro. A nova linha de montagem teria capacidade para finalizar com peças importadas todas as motos atuais da marca à venda por aqui.
Mais que isso, poderia acelerar a chegada de novos modelos ao Brasil. A Royal Enfield Hunter 350, moto mais barata da marca, ainda não é oferecida por aqui, por exemplo. A linha nacional também serviria para reduzir os prazos de entregas das motocicletas aos novos compradores da empresa. Está é a quarta operação CKD da Royal fora da Índia, seguindo os passos de Tailândia, Colômbia e Argentina. Vale lembrar que o Brasil já é o segundo que mais compra Royal Enfield no mundo, atrás apenas da própria Índia.
Presente na cerimônia de abertura das operações, o CEO global da Royal Enfield, B Govindarajan, afirmou que "A Royal Enfield tem trabalhado arduamente para crescer no segmento de média cilindrada em todo o mundo. Iniciamos essa jornada há dois anos e inauguramos linhas de montagem na Tailândia e na América Latina. O Brasil é um mercado muito forte para nós. Estamos muito felizes em inaugurar nossa operação aqui no Brasil, o que prova nosso compromisso com o País. Estamos confiantes de que esta planta vai impulsionar nosso crescimento no mercado de média cilindrada no Brasil e alimentará a crescente demanda por nossas motos”.
O executivo também confirmou a ideia neste momento é produzir pelo regime CKD em parceria com a Dafra e que "a Royal Enfield não é uma marca que 'empurra' motos para as lojas, trabalhamos com demanda 'puxada'". No entanto, B Govindarajan afirmou que há espaço no futuro para uma planta própria nacional, conforme nosso mercado vá crescendo. "A Royal Enfield é uma empresa que pensa que já está pensando na próxima década, não apenas no curto prazo, e o Brasil tem uma grande importância para nós", completou.
O catálogo atual da Royal Enfield no Brasil hoje consiste nas Classic 350, Meteor 350, Himalayan e Continental GT 650. Além delas, há ainda a Interceptor 650 (foto acima). Ela foi a escolhida para inaugurar a montagem nacional da empresa como pode ser visto nas fotos divulgadas pela marca na planta de Manaus.
A Royal Enfield Interceptor tem preços partindo de R$ 27.990 sem frete. A moto utiliza hoje um propulsor de dois cilindros paralelos de 647 cm³ de capacidade. Ele é refrigerado a ar com auxílio de radiador de óleo, tem 4 válvulas por cilindro e comando único no cabeçote. Com isso, o propulsor ainda é capaz de entregar 47 cv a 7.100 rpm e 5,4 kgfm a 5.250 rpm. Para acompanhar, o câmbio tem 6 marchas.
Além dela, B Govindarajan já confirmou que a Continental GT 650, com a mesma plataforma complementará a produção nacional em breve. "Nos próximos 3 ou 4 meses devemos ter todo o catálogo brasileiro de motos da Royal Enfield sendo montadas no Brasil", afirmou. Depois das 650, virão a Himalayan e a linha 350, composta pela Classe e pela Meteor.
Por último, o principal executivo global da Royal Enfield não quis falar do lançamento de mais motos por aqui, como a Hunter 350 e a Super Meteor 650, dizendo apenas que a marca "não é centrada só em produtos. Nosso foco é crescer a comunidade primeiro e os produtos virão na sequência".
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