Qual é o papel do etanol na transição energética? A Vibra Energia, empresa sucessora da BR Distribuidora e agora denominada uma companhia multi-energia, olha para o futuro de energias limpas, mas ainda acredita no potencial do etanol como biocombustível, apresentado uma nova tecnologia de aditivação que traz melhorias importantes para os donos de carros com motores flex/etanol.
Durante nossa visita à BAPLAN, em Paulínia (SP), os executivos da Vibra falaram sobre o futuro da companhia e apresentaram o Etanol Petrobras Grid, a nova opção aditivada do combustível vegetal que começa a chegar aos Postos Petrobrás no fim deste mês. Ele se junta à nova geração das gasolinas Petrobras Grid e Petrobras Podium, lançadas em fevereiro deste ano.
A Vibra entendeu que a sua atual versão aditivada do etanol, no mercado desde 2014, estava na hora de receber melhorias. E atenta aos resultados de pesquisas com consumidores, a empresa decidiu focar nos pontos que mais preocupam os proprietários de carros com motores a álcool ou flex: a corrosão, o desgaste e o acúmulo de resíduos.
Tecnicamente, o Etanol Grid traz embarcada a tecnologia batizada de Tecno 3, que possui uma nova seleção de aditivos que agregam propriedades não existentes no etanol comum, incluindo modificadores de fricção, detergentes e anticorrosivos. Desenvolvida em parceria com a empresa alemã BASF, o novo etanol aditivado promete limpeza, proteção e economia, tudo em nome do menor gasto com manutenção do motor.
“Na construção dessa nova geração do Etanol Grid tivemos a preocupação de criar uma solução voltada exclusivamente para o mercado brasileiro. Trabalhamos muito na evolução do produto para adequar à nossa realidade, fizemos mudanças significativas de composição para garantir a entrega da qualidade do combustível dos Postos Petrobras, já amplamente reconhecida”, explica Eduardo Alcazar, engenheiro e analista sênior de marcas e produtos da Vibra.
Uma das principais vantagens da nova fórmula do etanol aditivado é que ela reduz a formação depósitos de resíduos e ainda consegue remover em boa parte os já existentes. Um benefício que foi comprovado cientificamente por meio testes de detergência realizados em motores, mostrando uma redução de até 52% desses depósitos.
Assim como a gasolina, o etanol comum também forma depósitos em válvulas de admissão e em injetores:
“Isso se deve ao fato de que independentemente do combustível, existe uma névoa de lubrificante circulando até a câmara de combustão que contribui para esses depósitos”, ressalta Alcazar.
Outro destaque do Etanol Grid é a alta proteção contra corrosão. O novo produto promoveu proteção de 100% contra ferrugem, enquanto nos testes realizados o etanol comum foi responsável por 25 a 50% de ferrugem no corpo de prova.
Nos testes de desgaste, a nova tecnologia diminuiu em até 36% o desgaste entre peças metálicas quando comparado com o etanol comum. A redução e atrito também é considerável quando comparado com o etanol comum: 40% menos fricção, demonstrando uma expressiva melhora na lubricidade do etanol.
Herdeira do legado da BR Distribuidora, a Vibra Energia é uma empresa privada baseada em uma plataforma multi-energia, que tem como objetivo oferecer alternativas energéticas cada vez mais limpas e com a presença cada vez maior de novas fontes limpas e renováveis em seu portfólio.
Como foi dito no início, a Vibra aposta no etanol como o combustível da transição. Atualmente o Brasil é o 2º maior produtor de etanol do mundo e a expectativa é de crescimento da produção para atender a demanda. Segundo o relatório de frota circulante publicado pelo Sindipeças este ano, mais de 70% da frota de automóveis do país é flex.
A visão da empresa é de nesta fase de transição energética, onde a maioria das montadoras pretendem encerrar a produção de veículos com motores a combustão até 2035 e migrar para os veículos elétricos e híbridos, o etanol é um biocombustível mais favorável ao meio ambiente, reduzindo as emissões de CO2 por quilômetro rodado.
Por conta disso, a Vibra acredita que o mercado de etanol ainda irá crescer: “O mercado de etanol ainda vai crescer e, à medida que ficar mais competitivo, irá ocupar um espaço ainda maior. A nossa expectativa é de que o etanol aumente sua participação de mercado em mais ou menos 10%, até 2030”, conta Maurício Fontenelle, diretor de Produtos e Marcas da Vibra.
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