O que parecia ser uma proposta ousada demais há algum tempo atrás, vai acontecer. A União Européia chegou a um acordo para proibir a venda de novos carros a gasolina e a diesel a partir de 2035. O braço executivo da UE, o parlamento e os estados membros concluíram um acordo que basicamente tornará o motor de combustão interna ilegal dentro de 12 anos.
Há algumas exceções, pois as montadoras de nichos de mercado que produzem 1.000 a 10.000 carros anualmente terão uma isenção de um ano, até 2036. As marcas mais exclusivas que fabricam menos de 1.000 unidades não devem ser afetadas neste primeiro momento.
Na sua forma atual, a União Europeia tem um total de 27 países membros, com a possibilidade de mais países aderirem ao bloco nos próximos anos, pois Albânia, Moldávia, República da Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia, Turquia e Ucrânia são todos candidatos. O único cenário plausível no qual o motor de combustão interna conseguirá sobreviver depois de 2035 é se os combustíveis sintéticos feitos de fontes renováveis forem para frente. Outro lampejo de esperança vem da Toyota e de suas experiências com motores de combustão alimentados por hidrogênio.
Antes de passarem a ser obrigadas a oferecer veículos a puramente elétricos em 2035, as montadoras que querem vender carros na região da União Europeia ainda precisarão desenvolver carros significativamente mais limpos movidos a gasolina ou a diesel. O acordo alcançado também exige uma redução nas emissões de CO2 de 55% até o final da década, em comparação com os níveis de 2021. É uma meta muito mais agressiva em comparação com a meta inicial de 37,5%.
Embora o acordo tenha um impacto direto apenas nos países da UE, a decisão de proibir efetivamente as vendas de automóveis novos com motores alimentados por combustíveis fósseis a partir de 2035 terá, sem dúvida, ramificações globais. Algumas das maiores montadoras globais estão atualmente sediadas em algum dos países membros do bloco econômico europeu e já anunciaram o fim dos carros a gasolina e a diesel comercializados na União Europeia.
A Jaguar dará adeus aos motores de combustão interna já em 2025, enquanto todas as marcas Stellantis (Fiat, Peugeot, Citroën, Jeep, etc.) serão totalmente elétricas dentro dos próximos sete anos, assim como Ford, Volvo, Bentley e Rolls-Royce. A MINI seguirá este caminho no início da próxima década, enquanto a VW anunciou esta semana que fará o mesmo em 2033.
A decisão parece realmente o começo do fim para o motor de combustão. O drástica redução nas emissões de CO2 aceitáveis até o final da década provavelmente decretará o fim da linha para muitos carros ainda nesta década. Este processo deverá se tornar cada vez mais comum até que os fabricantes de automóveis finalmente deixem completamente de oferecer modelos movidos a gasolina e a diesel em 2035.
Fonte: Automotive News Europe
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