O mês de junho se encerrou com uma queda de 9,37% no emplacamento do motocicletas 0km no Brasil. Mesmo assim, o acumulado do primeiro semestre de 2022 foi 23,07% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Apesar do clima instável do mercado, a Abraciclo, associação que reúne as principais fabricantes brasileiras, espera que o ano seja de alta no segmento.
No acumulado do primeiro semestre, as associadas da Abraciclo divulgaram que foram produzidas 671.293 novas motocicletas. O número superou em 18% o total registrado nos primeiros seis meses de 2021, que foi de 568.863 unidades. Por outro lado, os números do mês de junho foram negativos. No mês passado fora produzidas 101.695 motos, 21,6% a menos que em maio (129.781) e em retração de 3,6% na comparação com junho de 2021 (105.450).
Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, confirmou que o motivo da queda mais elevada em junho foi a série de paradas programadas por conta de férias coletivas que as montadoras deram aos funcionários no final de junho, efeito que ainda foi sentido no início de julho. Assim, a expectativa é a de que os emplacamentos em julho também não demonstrem crescimento acentuado.
Ainda de acordo com o executivo, os estoques das concessionárias estão baixos e as fábricas não estão dando conta da demanda. Por conta disso, toda vez que a produção cai, há um reflexo imediato nos emplacamentos no período. Ainda assim, a Abraciclo acredita que há uma forte demanda por motocicletas no mercado brasileiro, principalmente entre os modelos de baixa cilindrada e scooters.
Após ver um crescimento 18% no primeiro semestre de 2022, a Abraciclo se sentiu confortável para revisar a previsão de produção de motocicletas no Brasil para este ano. Antes, trabalhava-se com a expectativa de se fabricar 1.290.000 motos no ano. Isso já seria o suficiente para superar em 7,9% o registrado em 2021, que foi de 1.195.149 unidades.
Agora, após o encerramento do primeiro semestre, a Abraciclo revisou sua meta para cima e a expectativa é de que suas associadas produzam 1.320.000 motocicletas no Brasil no acumulado de 2022, ou 10,5% de crescimento sobre o ano passado. Entre os motivos do otimismo, Fermanian citou que a demanda continua elevada, pois mais pessoas recorrem às motos por conta da disparada dos preços dos carros e dos combustível, além do avanço da massa de trabalhadores subempregados em serviços de delivery.
Além disso, o mercado brasileiro já ultrapassou a barreira de 2 milhões de unidades produzidas em um ano lá em 2011, então o potencial para o crescimento ainda estaria lá. Só que, durante a apresentação dos dados da Abraciclo, o discurso dos executivos não pareceu tão confiante assim.
Ao longo da conferência com a imprensa, foi abordado que as fábricas nacionais ainda sofrem com desafios logísticos e a produção estaria limitada por conta das medidas sanitárias para evitar a propagação da Covid-19. Além disso, as montadoras ainda terão férias coletivas em dezembro. E não estamos nem contando que, em 2022, ainda teremos eleições e copa do mundo no segundo semestre, que podem atrapalhar tanto a produção quanto as vendas.
Dessa forma, a Abraciclo sinalizou para o mercado uma força da indústria de duas rodas nacional e de sua capacidade de recuperação com esse aumento da previsão de produção para 2022. No entanto, olhando para todos os demais fatores que podem influenciar este mercado, é difícil dizer como as montadoras de motocicletas conseguirão superar estes desafios e ainda ter capacidade de sobra para fechar o ano com um crescimento expressivo.
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