VW Amarok terá facelift em 2024 e seguirá na 1ª geração por mais 10 anos
Volkswagen descarta chegada da 2ª geração da Amarok, apostando apenas em uma renovação da atual
A Volkswagen anunciou ontem um investimento de US$ 250 milhões em sua fábrica na Argentina. A marca alemã montará a moto Ducati Scrambler 803 na linha de montagem de transmissões em Córdoba e confirmou uma reestilização para estender a vida útil da picape Amarok por mais 10 anos. Além disso, anunciou o desenvolvimento de peças montadas no país para aumentar a nacionalização do Taos.
Mas foi depois da apresentação oficial que tivemos mais detalhes sobre os planos da Volkswagen. Pablo Di Si, presidente da Volkswagen América Latina, fez uma conferência de imprensa com a mídia local, junto com Thomas Owsianski, CEO da VW Argentina. Motor1.com Argentina estava no local e trouxe mais informações sobre o que a fabricante pretende fazer com a produção local.
Volkswagen Amarok será reestilizada
“Em 2024, iremos apresentar uma reestilização para a nossa picape Amarok, que estamos produzindo em Pacheco desde 2010. Terá um novo design, mais tecnologia, mais segurança e continuará a ser produzida na Argentina para ser exportada para a América Latina. O novo desenho já foi definido e posso dizer que será muito equilibrado: sem ser muito agressivo ou manso. Tudo foi avaliado nas clínicas com clientes. Hoje exportamos mais de 60% das Amarok produzidas em Pacheco. Tem um balanço bem positivo. Se há alguma reclamação que chega para nós do Brasil, é que temos poucas Amarok para entregar. O bom momento global do agronegócio ajuda muito.”
Segunda geração da Amarok está fora dos planos
“No momento, nós traremos a nova geração da Amarok feita na África do Sul e não há planos de produzí-la localmente. Nós teremos a Amarok atual em Pacheco por mais 10 anos, que continuará a ser feita para abastecer a Argentina e a região. O acordo com a Ford para produzir a nova Amarok na África do Sul é parte de um acordo global das duas companhias para veículos elétricos e comerciais leves. Em cada caso, as duas empresas tem que concordar. O acordo continua em um nível global. No caso da Argentina, o projeto não foi aprovado por uma das partes. O acordo com a Ford está indo bem globalmente, mas aqui decidimos seguir outro caminho.”
Fornecedores locais para o Taos
“Parte do investimento será usado para localizar a produção de muitos componentes do nosso Volkswagen Taos. Começamos a produzir no ano passado com 11% de peças locais, hoje estamos em 20% e a meta é passar de 30%, como requer a lei argentina. Iremos nacionalizar mais de 200 peças de eletrônica, plástico, chapas de metal e assentos, para substituir componentes importados que hoje vem do Brasil, China, México e Alemanha. Hoje, 70% da produção do Taos em Pacheco é para exportação.”
1ª estamparia a quente da Argentina
“A estamparia da carroceria do Taos, que hoje vem do Brasil e do México, agora será feita na fábrica argentina por um fornecedor local. Será um processo de estamparia a quente, algo inédito na indústria automotiva argentina. Antes de passar pelo processo de estamparia, as chapas passam por um forno onde é aquecida a 950 °C. Quando o aço é aquecido a esta temperatura, fica muito mais forte. Isto permite aumentar a rigidez torcional e a segurança do veículo, sem aumentar o peso, o que ajuda a ter um baixo consumo de combustível sem after a performance.”
Logística e produção
“Hoje, a logística é um caos mundial. Na Europa, quase 20% da frota de navios para transportar veículos desapareceu com a pandemia. Tivemos casos de contratar um navio que nunca chegou. Isto atrasou a entrega de 200 unidades da Amarok e afetou toda a logística de exportação. Em Córdoba e em Pacheco, hoje estamos trabalhando com dois turnos e 5.600 empregados. Em Pacheco, temos a meta de chegar a um ritmo de produção entre 100 mil e 110 mil unidades por ano. É um salto importante, considerando que em 2021, produzimos 60 mil veículos. Alcançar esta meta depende da cadeia logística.”
De líder para a 5ª posição
“A queda nas vendas da Volkswagen na Argentina [e Brasil] foi basicamente pelo problema no fornecimento de semicondutores e as complexidades da logística internacional. Não sabemos como outras marcas estão lidando, mas nós fomos muito impactados. Fomos muito afetados em novembro, dezembro e janeiro, agora estamos nos recuperando. Ser o número 1 [em vendas] não é o objetivo, mas queremos estar entre as marcas mais vendidas. Se fomos líderes na Argentina por 17 anos, hoje podemos concluir de duas formas. É verdade que perdemos a liderança. Mas também é verdade que levou 17 anos para nos tirar do topo.”
Ducati em Córdoba
“No último trimestre deste ano iremos começar a produção das motos da Ducati em nossa fábrica de transmissão em Córdoba. Neste momento, estamos no processo de preparar o complexo e treinar os funcionários. Neste primeiro estágio, iremos começar a montagem da Scrambler 803 em CKD (Completely Knock Down, com kits pré-montados). Estimamos montar cerca de 500 unidades por ano. Em 2022, serão apenas 200, pois iniciaremos no final do ano. Todas as unidades serão para o mercado argentino. O projeto nasceu há um ano e meio, pensando em como adicionar valor para a Argentina e reduzir nossas importações.”
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