Mudanças em leis exigem adaptação ou o encerramento da produção para alguns veículos. No passado, algo semelhante aconteceu na Argentina com a introdução obrigatória de ESP (controle de estabilidade) e airbags duplos, agora, em 1º de janeiro de 2022, uma nova lei de emissões entrará em vigor no Brasil e os efeitos da extinção nas linhas de produção já estão previstos.
A fase 7 do Proconve, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, exigirá formas mais rigorosas na medição de emissões no Brasil, o que forçará mudanças em componentes importas do carro e não apenas nos motores. Para se ter ideia, o tamanho do tanque de combustível precisará ter uma capacidade maior, por exemplo.
A maioria dos lançamentos mais modernos estão prontos e estão em sintonia com o Proconve L7, outros só precisam de ajustes, mas há um grupo de carros que já são veteranos, sendo mais barato tirá-los de linha do que continuar investindo para mantê-los em produção. A lista de modelos que não serão mais produzidos no Brasil inclui vários veículos que não foram ou não são mais vendidos na Argentina, como Fox e Grand Siena, mas também há vários carros que ainda estão à venda no mercado argentino.
Antes de começar, deve ser esclarecido que, embora a regra entre em vigor em 1º de janeiro de 2022, ela será válida para carros novos de produção, o que significa que os estoques remanescentes produzidos anteriormente podem ser vendidos. Por outro lado, é possível que alguns destes modelos continuem sendo produzidos para exportação (como para a própria Argentina), ou que continuem sendo fabricados em outros países, como o Cronos 1.8 feito na fábrica da Fiat em Córdoba, na Argentina (quanto tempo mais este motor vai durar?).
Um dos pontos positivos é que os projetos que acumularam mais anos do que o desejável finalmente sairão de cena. A dupla mais visível na lista é a Chevrolet Joy (primeira geração Onix - 2012) e a Joy Plus (o antigo Prisma). No Brasil eles são vendidos com um motor 1.0 aspirado, mas parece que a instalação dos modernos 1.0 ou 1.2 de 3 cilindros do novo Onix (no Brasil o 1.2 só está presente no Tracker) seria mais cara do que benéfica. Na Argentina, o Joy só pode permanecer à venda em 2022 se estiver equipado com controle de estabilidade de série.
O Fiat Uno (2010) está na lista dos que estão de saída, onde no Brasil o hatch é equipado somente com o antigo motor 1.0 Fire flex de até 75 cv, enquanto que na Argentina ele traz o moderno motor 1.3 Firefly de 99 cv que já foi oferecido em terras tupiniquins em versão flex. No Brasil, seu principal mercado, o Uno está perdendo espaço para o Mobi e Argo, aumentando assim suas desvantagens e se preparando para receber um cartão de despedida.
O Honda Fit (2013) e WR-V (2017) também têm seus dias contados, não apenas em termos de mecânica e emissões, mas também devido à chegada iminente de seus sucessores. O primeiro terá a nova geração do City Hatchback como substituto, enquanto o segundo tem seu sucessor ainda sendo trabalhado, que será basicamente um crossover abaixo do HR-V destinado aos mercados emergentes.
A Volkswagen tem uma baixa de três modelos: depois de cancelar o Fox (2005), que teve sua aposentadoria forçada também pela falta de semicondutores na indústria, seria agora a vez do Gol (2007) e a Saveiro com motor 1.6 8V darem adeus. Com isso, restariam as versões 1.6 MSi 16V da picapinha no mercado. Agora é esperar para ver como isso afetará o mercado argentino.
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