A Citroën começará a se renovar no Brasil a partir do ano que vem. Após enxugar sua linha de deixar apenas o C4 Cactus à venda no mercado brasileiro, a marca francesa prepara uma linha inédita de veículos feitos em Porto Real (RJ), mudando o seu posicionamento agora que precisa se alinhar com Fiat, Jeep e Peugeot por fazer parte da Stellantis. E o primeiro modelo será o novo Citroën C3, que fará sua estreia global no próximo dia 16, primeiro na Índia.
Mesmo que a estreia nacional leve mais alguns meses para acontecer, os diversos flagras e informações que circularam na Índia adiantam muito do que esperar do novo Citroën C3. Reunimos todas as informações que circulam tanto no Brasil quanto na Ásia, desde seu design e posicionamento até a motorização e mudanças que serão aplicadas na variante brasileira.
Para conseguir ter força em mercados fora da Europa, a Citroën adotou uma velha estratégia que foi muito usada no Brasil, investindo na criação de uma linha de carros para países emergentes. A família, conhecida como “C-Cubed” (antes era chamada de “Smart Car”), será baseada em uma versão simplificada da plataforma modular CMP. Tanto é que o desenvolvimento aconteceu em boa parte na Índia, onde o novo C3 foi avistado diversas vezes.
O C3 será o primeiro desta linha que, segundo informações anteriores, teria um hatch, um sedã e um crossover. Isso parece ter mudado, pois o modelo que será revelado na próxima semana tem mais um jeitão de SUV subcompacto do que de um hatchback de fato. A ideia original era lançar um veículo novo por ano desta família até 2023, sempre começando pela Índia.
A Citroën já confirmou que apresentará o novo C3 no dia 16 de setembro e as vendas começarão na Índia pouco depois. O desenvolvimento do carro aconteceu todo por lá e a marca está investindo para criar uma operação no país, onde atualmente vende apenas o C5 Aircross. Como será uma apresentação global, os primeiros detalhes devem ser mais focados na oferta para a Ásia.
Já no caso do Brasil, a estreia atrasou. A fabricante até preparou a fábrica em Porto Real (RJ) para montar o modelo e havia prometido o lançamento no 2º semestre deste ano. Porém, fontes ligadas à Stellantis revelam que o cronograma mudou e o novo Citroën só iniciará as vendas em abril do ano que vem. Os problemas são muitos, como a falta de componentes como semicondutores, mas também há um bom motivo para isso: a engenharia da Fiat está dando opiniões sobre o veículo.
Pois é, a Fiat está com um dedo no projeto do C3 para o Brasil. Uma de nossas fontes explica que, com a fusão da Fiat-Chrysler com o Grupo PSA, a sinergia entre as marcas será maior e a Citroën pode aproveitar o centro de desenvolvimento em Betim (MG) para melhorar o SUV compacto. Tanto é que foi flagrado em testes tanto na cidade mineira, como mostram as fotos enviadas por um leitor anônimo, quanto na região de Goiana (PE).
Nossa fonte desmentiu os rumores de que o carro teria sido “reprovado” quando foi avaliado pela engenharia da Fiat, explicando a situação. A ideia é aproveitar toda a experiência da marca italiana, que conhece bem o gosto dos brasileiros, além de utilizar os novos recursos dentro da Stellantis, como o centro de segurança dentro do polo em Betim.
Outra mudança está no posicionamento do C3 em relação a sua variante indiana. O carro nacional será um pouco mais refinado, já que acabará convivendo com modelos da Fiat e da Peugeot – este último até terá uma versão derivada chamada 1008, esperada para 2023. Espere por materiais melhores no acabamento e mais equipamentos do que na Índia (onde há carros sem airbags dianteiros, por exemplo).
O C3 feito no Brasil será diferente também na motorização. Na Índia, a aposta mai segura é que utilize o 1.2 turbo a gasolina, com cerca de 130 cv e usando uma transmissão manual de 5 marchas – há rumores sobre uma opção automática, que seria de dupla embreagem. Apesar da Índia ter investido muito em carros diesel, o C3 não terá uma versão com este tipo de combustível.
No caso da versão nacional, a Citroën repetirá a estratégia do Peugeot 208 e utilizará o 1.6 aspirado de quatro cilindros, gerando 118 cv a 5.750 rpm e 16,1 kgfm a 4.750 rpm. Não poderia ser muito diferente, já que ainda é usado em outros modelos nacionais como 2008 e C4 Cactus, além de estar preparado para aceitar etanol e trabalhar com uma transmissão automática de 6 marchas.
Fica mais interessante nas versões acima, pois tudo indica que aproveitará o 1.0 turbo da família Firefly, que a Fiat irá lançar com o Pulse neste ano. Será uma forma de substituir o 1.2 turbo, optando por um motor nacional ao invés de um importado e com desempenho próximo. Os rumores sobre o Pulse falam sobre 130 cv e torque por volta de 20 kgfm, o que não fica longe do 1.2 para a versão indiana.
Os flagras dos protótipos do C3 mostram o carro ainda bem camuflado, a ponto de dificultar a identificação de seu design. Para nossa sorte, vazaram fotos de uma miniatura do carro, revelando a inspiração nos últimos lançamentos da marca na Europa, além do jeitão de SUV, mesmo que seja um carro bem pequeno.
A frente terá a mesma identidade que os novos C3 Aircross e C4, usando duas barras cromadas que formam o logo da Citroën, mas sem que seja realmente uma grade, pois a entrada de ar fica logo abaixo. Ao lado dessas linhas estará a iluminação em LED extremamente final, enquanto os faróis de fato ficam um pouco mais abaixo, mas sem invadir o para-choque.
As fotos do modelo de testes também confirma o visual das lanternas que vimos na miniatura, com um “C” vermelho e as luzes de seta no centro. Terá um teto bem reto e com rack funcional, tanto é que o protótipo das imagens até usa as barras. Obviamente, espere por uma pintura de carroceria em dois tons, com o teto em outra cor.
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