Fundada em 1963 por Ferrucio Lamborghini, a fabricante italiana de superesportivos Lamborghini poderá sair do guarda-chuva do Grupo Volkswagen. A notícia pegou toda a indústria automotiva de surpresa, já que uma oferta de 7,5 bilhões de euros (R$ 48.825.000.000 em conversão direta) foi enviada ao grupo alemão. A informação foi revelada pelo site inglês da revista Autocar e divulga que a oferta veio de uma holding recém-criada na Suíça.
Segundo a publicação, a holding Quantum Group AG, sediada em Zurique, forma um consórcio com uma firma de investimentos chamada Centricus Asset Management, que tem sede em Londres (Inglaterra). A intenção do grupo é criar uma “plataforma de investimento em tecnologia e estilo de vida”, que por enquanto tem como nome Outlook 2030. A oferta de compra feita pela Quantum Group AG inclui a sede e fábrica histórica da Lamborghini em Sant’Agata Bolognese e suas operações no automobilismo.
Na proposta de compra é especificada ainda uma parceria estratégica com o Grupo Volkswagen para as operações futuras da Lamborghini, o que incluiria um contrato de fornecimento de peças pelo prazo de 5 anos com a Audi. Isso porque todos os modelos atuais da Lamborghini, como Urus, Huracan e Aventador, contam com componentes ou até mesmo arquitetura derivada de projetos da marca alemã.
Além disso, a parceria proposta prevê o compartilhamento de propriedade intelectual e tecnologia de veículos elétricos, bem como a criação de um Centro de Inovação Automotiva Avançada com sede no estado alemão da Baixa Saxônia, que servirá de base para o desenvolvimento e produção de células e conjuntos de bateria. Esse centro de desenvolvimento pensado pela holding também seria responsável pelo desenvolvimento de software e tecnologia de condução autônoma, além de produtos “verdes” como hidrogênio e combustíveis sustentáveis, à exemplo da gasolina sintética revelada pela Porsche no início deste ano.
Essas medidas seguem a visão da Quantum Group AG para a Lamborghini, que se tornaria uma “referência para a inovação, implementando consistentemente novas tecnologias de transmissão limpa”. Com isso, é de se esperar que os famosos motores a combustão V10 e V12 saiam de cena, o que seria uma péssima notícia para os entusiastas da marca.
Caso a venda seja concluída, a Lamborghini se separaria de sua “empresa-mãe” depois de 23 anos. No entanto, a holding disse no acordo que manteria a gestão atual da montadora italiana, que inclui ainda a garantia de emprego para todos os funcionários vigentes por um período de 5 anos. Seriam criados também 850 novos postos de trabalho que abasteceriam o novo centro de inovação na Alemanha. Por fim, a oferta de compra da Quantum Group AG prevê um aumento na escala de produção de veículos da Lamborghini, o que engloba soluções de veículos elétricos para a fabricante até 2025.
Segundo a Autocar, a Lamborghini vendeu 7.430 carros em 2020, uma queda em relação ao recorde de 8.205 unidades comercializadas em 2019. Apesar da queda, justificada em grande parte pela paralisação de 70 dias da fábrica na Itália por conta da pandemia, os lucros da Lamborghini aumentaram para um recorde não especificado em receitas de 1,61 bilhão de euros (R$ 10.467.576.000 em conversão direta).
A Holding Quantun Group AG tem como representante Rea Stark, que aliás é cofundador da Piech Automotive, fabricante suíça de carros elétricos que revelou seu primeiro modelo, o Mark Zero GT, no Salão de Genebra de 2019. Além de Stark, estão presentes entre os executivos da Piëch Autotive Anton Piëch, filho do ex-presidente do Grupo Volkswagen, Ferdinand Piëch, e o ex-CEO da Porsche, Matthias Müller.
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Fonte: Autocar
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