No Brasil, quem quer comprar uma moto com estilo de “clássica modernizada” precisa partir para os modelos oferecidos por marcas como Royal Enfield, Triumph ou Harley-Davidson. A Honda até oferece as CB 650R e CB 1000R no Brasil, mas o problema é o mesmo: os preços são elevados e a alta cilindrada pode não ser o mais indicado para pilotos iniciantes.
No entanto, na Europa, onde a habilitação de moto é classificada conforme a potência ou a capacidade do motor, as montadoras não estão perdendo tempo e lançando modelos de estilo retrô para quem está começando no mundo das duas rodas. O mesmo está acontecendo na Ásia por outro motivo: as tributações de lá são feitas de acordo com a cilindrada.
Dessa forma, a própria Honda já oferece na Europa a CB 125R, utilizando o mesmo conceito de estilo Neo Sports Cafe das CB 650R e CB 1000R, mesclando linhas clássicas com comodidades e desempenho de motos modernas. Até agora, a Yamaha não tinha uma concorrente direta por lá, mas possuía a linha XSR com modelos de maior cilindrada e estilo retrô. Já tendo uma XSR 155 na Ásia, a empresa lançou no Velho Continente a XSR 125 realizando pequenas modificações.
A novidade chegará às lojas europeias a partir de junho. Os preços não foram revelados, mas a imprensa na Inglaterra especula que seu preço ficará em torno de 4.500 libras, algo próximo de R$ 33 mil. Vale lembrar que, por conta da desvalorização do real, os valores ficam distorcidos. Essa faixa de preço está em linha com o cobrado por motos pequenas de proposta “premium” no Reino Unido.
O que foi revelado até agora foram as imagens e os detalhes iniciais da moto, que colocará a Yamaha de volta na briga pelo segmento de clássicas modernizadas na Europa. Mesmo mostrando características de motos mais novas, a XSR 125 chegou com um visual até mais retrô que o da Honda CB 125R, que ainda lança mão de alguns apliques plásticos e carenagens. Com dois dos principais nomes do motociclismo apostando no segmento, é de se imaginar que mais montadoras sigam por tal caminho.
A Yamaha XSR 125R tem um visual mais limpo, deixando exposto o quadro do tipo diamante. Faróis e lanternas são redondos, como manda o figurino, mas a moto já conta com iluminação completa por lâmpadas de LED. A moto também já atende às normas Euro5 de emissões de poluentes, traz painel de instrumentos digital e já conta com itens como rodas de liga leve de 17 polegadas, ABS e suspensão dianteira com garfo telescópico invertido.
A grande diferença da Yamaha XSR 125 europeia para a XSR 155 asiática, além da capacidade do motor, é o entre-eixos 5 mm mais curto. A altura do banco em relação ao solo é de 815 mm. Falando em propulsor, trata-se de um monocilíndrico de 124 cm³ de capacidade com arrefecimento a líquido e comando simples no cabeçote. Com isso, a moto consegue entregar 15 cv de potência com pico a 10.000 rpm e 1,2 kgfm de torque a 8.000 rpm. O câmbio já tem 6 velocidades. A Yamaha declara um peso em ordem de marcha de 140 kg e o tanque tem capacidade para 11 litros.
As chances da nova Yamaha XSR 125 chegar ao Brasil são baixas e o mesmo vale para a Honda CB 125R. Como a legislação brasileira não faz distinção de desempenho, seria difícil convencer o público daqui a pagar mais caro em uma moto de baixa cilindrada, segmento que é dominado por modelos utilitários.
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