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Renault desiste de sedã do Kwid para focar em SUVs

Projeto indiano foi descartado após mudança na estratégia da empresa

Projeção Renault LBA (sedã do Kwid)

Após anunciar uma reestruturação, a Renault alterou boa parte de seus planos. Entre eles estava a construção de um sedã pequeno baseado no Kwid, conhecido até agora pelo código LBA, que estava em desenvolvimento na Índia como a terceira derivação do subcompacto (junto com a minivan Triber e o SUV Kiger). No entanto, o modelo de três-volumes acabou sendo descartado pela fabricante, como revela o diário Economic Times.

O plano original era que o Kwid fosse usado em 3 modelos. O sedã compacto entraria no segmento abaixo de 4 metros de comprimento, bem competitivo na Índia por conta da tributação mais branda para veículos deste porte. Tanto é que teria uma lista considerável de rivais, como o Maruti Suzuki Dzire, Honda Amaze, Ford Aspire (uma versão encurtada do Ka Sedan), Hyundai Xcent e Tata Tigor.

O que fez a Renault pisar no freio com o sedã do Kwid foi o novo foco da empresa em modelos de maior lucro ao invés de criar veículos baratos para vender em grande quantidade. Apesar da empresa confirmar que não irá deixar de vender modelos baratos, seu foco nos próximos anos será uma transição para os segmentos B e C com SUVs, enquanto Kwid, Kiger e Triber farão o papel dos modelos mais em conta no país.

Outro modelo que enfrenta problemas é o Kwid elétrico, já confirmado para a Índia e que seria baseado na variante oferecida na China. A dificuldade neste caso é outra, com a falta de infraestrutura no país, motivo pelo qual a Renault decidiu esperar ao invés de lançar o subcompacto no país. É uma situação diferente do Brasil, onde a marca seguiu em frente e trouxe o hatch Zoe, mesmo que a infraestrutura de recarga ainda esteja crescendo lentamente.

Agora a marca aposta muito no Kiger, SUV baseado no Kwid que foi revelado há poucos dias na Índia. Por usar a plataforma CMF-A+ e compartilhar muitos componentes não só com Kwid e Triber, como também com o Nissan Magnite, a fabricante espera conseguir um volume alto o suficiente para que consiga lucrar com o carro e mudar o cenário da empresa no país. “Nós estamos na Índia há mais de 10 anos e ainda não fizemos dinheiro. Minha meta é conseguir lucrar no ano fiscal de 2022” diz Venkatram Mamillapalle, diretor da Renault por lá.

No caso do Brasil, a Renault diz que irá focar no uso da plataforma CMF-B para seus próximos carros. Será a base para as novas gerações de Sandero e Logan, também para o próximo Duster (que terá sua nova geração adiantada) e um futuro SUV médio baseado no conceito Bigster da Dacia. E a Nissan irá participar desta estratégia, adotando a mesma arquitetura e compartilhando motores.

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