A fabricante SsangYong entrou com pedido de concordata na Coreia do Sul depois de não conseguir honrar empréstimos acumulados de aproximadamente 60 bilhões de won (quase R$ 350 milhões, numa conversão direta). O procedimento é consequência da falta de acordo com credores para estabelecimento de novos prazos para pagamento da dívida, que deveria ter sido honrada desde o dia 14 deste mês.
A marca solicitou junto à justiça a execução de um plano de reestruturação autônomo, que lhe dará até três meses para renegociar dívidas com credores antes de uma decisão definitiva do tribunal. Os empréstimos foram contraídos junto a três grandes bancos estrangeiros: 30 bilhões de won ao Bank of America, 20 bilhões de won ao JPMorgan Chase & Co e 10 bilhões de won ao BNP Paribas.
A situação financeira da marca é delicada há anos e acabou ficando ainda mais conturbada nos últimos meses em razão da pandemia de COVID-19. De janeiro a novembro, as vendas caíram 20% em relação ao mesmo período de 2019, com apenas 96.825 carros entregues. No primeiro trimestre de 2020, o prejuízo líquido foi de 193,5 bilhões de won (quase R$ 900 milhões numa conversão simples).
Nos últimos 11 anos, esta é a segunda vez que a SsangYong entra com pedido de falência. Da última vez, em 2010, acabou sendo salva pela indiana Mahindra, que adquiriu 70% da empresa por aproximadamente US$ 460 milhões (participação que atualmente é de 74,65%). No entanto, os indianos pararam de investir e parecem não ter interesse em salvar a marca. Não por acaso, estão há meses procurado abertamente um comprador.
Por aqui, a trajetória da empresa sempre foi marcada por idas e vindas. Teve oficialmente duas passagens pelo país, a primeira entre 1995 e 1998 e a segunda entre os anos de 2001 e 2015. Em 2018, tentou voltar ao mercado pela terceira vez com os modelos Tivoli, Korando e Actyon Sports, mas os planos acabaram não vingando.
Fotos: Divulgação
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