A General Motors e a Honda fizeram um anúncio inusitado nesta manhã de quinta-feira (03), assinando uma parceria que vale a princípio para o mercado norte-americano. As duas irão compartilhar plataformas para carros e motorizações, eletrificadas ou não, o que dará origem a uma nova gama de veículos sob marcas distintas. O planejamento começará imediatamente, mas o trabalho de engenharia só será iniciado no começo de 2021.
Os detalhes não foram divulgados, já que ambas as empresas não falam muito sobre seus planos. O comunicado diz apenas que as duas empresas irão colaborar “com a intenção de compartilhar plataformas de veículos em comum, incluindo sistemas de propulsão eletrificados e de combustão interna, alinhados com as plataformas de veículos.” Ou seja, veremos modelos da GM e da Honda com a mesma plataforma e motorização.
“Esta aliança ajudará as duas empresas a acelerar o investimento de futuras inovações em mobilidade, disponibilizando recursos adicionais. Dado nosso forte histórico de colaboração, as empresas perceberam sinergias significativas no desenvolvimento do portfólio atual de veículos”, afirma Mark Reuss, presidente da General Motors.
"Combinando os pontos fortes de cada empresa e determinando cuidadosamente o que faremos por conta própria e o que faremos em colaboração, nos esforçaremos para construir uma relação de ganhos mútuos para criar novo valor para nossos clientes. Desta forma, a Honda continuará fazendo progresso constante na solidificação dos nossos negócios existentes, concretizando produtos fortes, com forte capacidade de fabricação e uma forte estrutura de negócios", explica Seiji Kuraishi, vice-presidente executivo da Honda.
O objetivo é aumentar o investimento em novas tecnologias, ao mesmo tempo em que o custo total para cada fabricante será reduzido por ser dividido igualmente, além de haver ganho nos custos de produção por pedir componentes em uma escala maior. No momento, isso é voltado somente ao mercado norte-americano.
E no que isso irá resultar para o público? É difícil dizer. Podemos ver motorizações híbridas da Honda em carros da GM ou o sistema elétrico da Chevrolet nos modelos da marca japonesa. Até mesmo motores turbo podem ganhar uma nova versão compartilhada por ambos. No caso de veículos, as possibilidades são muitas. A Honda pode usar o conhecimento da GM para entrar no segmento de picapes, já que ela oferece apenas a monobloco Ridgeline nos EUA, enquanto a Chevrolet poderia fazer novos sedãs para não abandonar o segmento, aproveitando o desenvolvimento do novo Civic. Porém, neste momento, nada está confirmado.
A parceria entre GM e Honda já existe desde 2013, quando começaram a desenvolver tecnologias para carros a hidrogênio. Em 2018, a Honda passou a investir na Cruise, plataforma de veículos autônomos da GM e, em abril deste ano, a fabricante japonesa anunciou que iria desenvolver novos carros elétricos usando as baterias Ultium que a GM apresentou recentemente.
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