VW Nivus x Polo: o que um dono do hatch achou do crossover?
Depois do T-Cross, a disputa em casa tem mais um capítulo
No primeiro mês de loja do Nivus, o irmão T-Cross vai bater recorde de vendas. Faltando poucos dias para o encerramento de julho, o SUV compacto da VW já superou a marca das 8,5 mil unidades emplacadas e caminha para ser o carro mais vendido do Brasil no mês, quebrando uma hegemonia do Chevrolet Onix que já dura desde 2015. Quem pensou que o Nivus seria uma pedra no sapato do T-Cross, agora provavelmente está coçando a cabeça. Mas será que o Polo terá a mesma sorte?
Assim que o Nivus chegou aqui na redação, o levamos para uma dona de T-Cross conhecê-lo. E a opinião dela mostrou que, na verdade, eles não vão disputar o mesmo consumidor (ao menos na maioria dos casos). Apesar do porta-malas menor, o SUV é mais espaçoso e familiar, além de ter a posição de dirigir mais alta e o teto elevado que garantem uma sensação diferente a bordo. Já o crossover remete muito mais ao Polo, tanto na posição de dirigir quanto no espaço. Design e equipamentos podem definir a questão à favor do Nivus? É o que fomos conferir com um dono de Polo.
O jornalista Gustavo Faldon tem um Polo Comfortline TSI 2017/2018 e se diz fã do carro. Elogia o motor, a dirigibilidade e, na época, também considerou que o hatch oferecia uma boa relação custo-benefício - esta versão foi lançada por R$ 65.190. Por isso, sua primeira restrição ao Nivus ficou por conta do preço. "R$ 100 mil? É o novo Golf?", questionou ao saber que esta versão Highline do crossover custa R$ 98.290.
Embora não seja um hatch médio, na prática, sim, o Nivus vai representar o próximo passo de quem tem um Polo e procura algo superior. Em relação ao T-Cross, a aposta do crossover está justamente num público mais jovem, que não faz questão do espaço do SUV, mas valoriza o porta-malas (415 litros contra 300 litros do Polo) e o estilo diferenciado. Faldon curtiu o novo volante, a multimídia de 10,1" (VW Play) e o fato de os faróis e lanternas serem totalmente em LED. Mas o achou o acabamento um tanto pobre para o valor do carro. "É basicamente o mesmo nível do Polo. Tem coisas que você releva num carro de R$ 60 mil, mas num de R$ 100 mil fica mais complicado", criticou, mostrando as portas quase sem forração, em plástico rígido cinza.
Ao volante, Faldon notou que a posição de dirigir é um pouco mais alta que no Polo e que o novo volante tem uma pegada melhor. "Esse revestimento de couro também dá outro tato para a direção", comparou, pois seu carro tem bancos de tecido e o volante sem forração. Em movimento, sua única observação ficou por conta da suspensão. O jornalista levou o Nivus para uma rua desnivelada perto de sua casa e comprovou que o crossover passa mais suave sobre as imperfeições que o Polo. "Meu carro sente mais quando passo por aqui", observou, enquanto eu explicava que o Nivus tem a suspensão 10 mm mais alta e acerto específico de molas e amortecedores, além do eixo traseiro mais rígido. "Fora isso, é praticamente idêntico. Se pudesse dirigir de olhos fechados, diria que estou no meu carro", definiu.
De fato, nossos testes de desempenho mostraram que o Nivus perde pouco em relação ao Polo nas acelerações e retomadas (o motor 1.0 TSI e o câmbio automático de 6 marchas são os mesmos), e até levou vantagem nas frenagens por conta dos pneus mais largos (aro 17" contra 16" do hatch). A principal diferença fica mesmo pela suspensão mais alta, que faz o crossover superar melhor a buraqueira e os obstáculos do dia a dia, como valetas e lombadas. Nas curvas, a inclinação da carroceria é apenas um pouco maior que a do hatch, sem chegar a afetar a estabilidade.
Após o test-drive, o jornalista reparou que o Polo também deixou algumas lições para o Nivus. Como, por exemplo, um batente para a tampa do porta-malas, que no hatch não existe e ocasiona um barulho crônico bastante conhecido pelos donos de Polo. Já no Nivus a VW providenciou um batente de plástico colocado na carroceria, para que a tampa (maior e mais pesada que a do hatch) não ficasse batendo. E parece que funcionou: durante nosso teste, rodamos mais de 40 km na terra sem qualquer ruído vindo da tampa.
Outras atrações do Nivus em relação ao Polo estão na lista de equipamentos, como a própria central multimídia, os faróis Full-LED e o piloto automático adaptativo com frenagem automática de emergência, entre outros itens.
No fim, exceto pela ressalva no preço desta versão Highline, Faldon viu no Nivus uma boa opção para trocar seu Polo, ainda que pela versão Comfortline, mesma de seu hatch. Ou seja, em vez de criar problema para o T-Cross, o Nivus deve mesmo é complicar a vida das configurações topo de linha do Polo.
Fotos: autor/Motor1.com
Galeria: VW Nivus x Polo (opinião do dono)
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