A FCA anunciou na semana passada o investimento de R$ 500 milhões na fábrica de motores em Betim (MG). Grande parte deste dinheiro será usado na nacionalização das versões turbinadas dos motores Firefly 1.0 e 1.3, chamados internamente de T3 e T4, por conta do número de cilindros. Engana-se, porém, quem acha que a chegada dos propulsores turbo no começo de 2021 (produção começa no fim de 2020) significará o fim do atual 1.8 E-Torq.
Pelo que apuramos junto à fontes da FCA, o 1.8 aspirado não só sobrevive como ainda terá atualizações previstas até 2023, o que lhe garantirá uma sobrevida até pelo menos 2025. A questão toda é sobre custos. Os motores turbo têm uma série de tecnologias que aumentam os custos de produção, como a injeção direta, o próprio turbo e o variador de fase Multiair, entre outros componentes. Então, o 1.8 seguirá como opção intermediária entre os Firefly aspirados e os turbo.
Para se ter uma ideia de como ficará a gama Fiat com a chegada do 1.0 turbo, vamos pegar por exemplo a gama do Argo. Ela manterá os atuais 1.0, 1.3 e 1.8, com o 1.0 turbo como novo topo de gama. A intenção é que o 1.8 fique como o 1.6 MSI na linha Volkswagen, que é ofertado em versões abaixo do 1.0 TSI. Já o 1.3 turbo substituirá os Tigershark 2.0 e 2.4, que são importados, nas linhas Fiat Toro e Jeep Compass.
Argo 1.0 turbo vai estrear em versão acima das atuais 1.8, sempre com câmbio automático de 6 marchas
"Não podemos tirar o 1.8 de linha, simplesmente pelo fato de que nem todos vão querer pagar a mais pelo turbo", explica um informante da FCA. O motor 1.8 E-TorQ é derivado do Tritec 1.6 que era usado no Mini Cooper até 2006, fabricado em Campo largo (PR). Lançado ainda no Punto, o 1.8 vem passando por atualizações como o coletor de admissão variável, que chegou na Toro em 2016. Desde então, o propulsor gera até 139 cv de potência e 19,3 kgfm de torque a 3.750 rpm. Seu maior problema, no entanto, é o consumo de combustível.
Atualmente, o 1.8 E-TorQ equipa os modelos Fiat Argo, Cronos, Strada, Toro, Doblò e Weekend, além do Jeep Renegade. Mas se o 1.8 ainda terá vida longa, o mesmo não podemos dizer os Fire 1.0 e 1.4 que ainda equipam Uno, Mobi e Weekend e Strada. Esses serão substituídos pelos Firefly 1.0 e 1.3 até o fim do ano que vem, no mais tardar.
Fotos: divulgação e arquivo Motor1.com
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