A General Motors fará muitas mudanças em sua linha nacional durante os próximos anos. Além de prometer 11 lançamentos no país ainda para 2019, a fabricante prepara modelos para 2020 e 2021, renovando praticamente todo o seu portfólio, desde o Onix Joy (seu carro de entrada) até modelos mais caros como o SUV médio Equinox. Veja como ficará a linha da Chevrolet no Brasil.
A velha estratégia de manter a geração passada em linha como opção de entrada seguirá sendo utilizada pela Chevrolet. Porém, para conseguir manter o carro interessante, a fabricante irá aplicar o facelift de 2016 nas versões Joy. Devem receber também novos equipamentos, já que os clientes dos "populares" estão exigindo mais. A tendência é que virem mais uma versão do que um modelo separado, substituindo as configurações LT atuais, sempre com o motor 1.0 de quatro cilindros e 80 cv.
Com o Joy quase como uma versão, tanto o Onix enquanto o Prisma seguirão com o motor 1.4 de 106 cv, atendendo a quem deseja um modelo barato e com opção do câmbio automático de 6 marchas. A tendência é que ele perca a variante topo de linha LTZ, para que o preço não bata com o da nova geração. A sobrevida do motor 1.4 vai depender se o novo 1.2 aspirado (que vai equipar o Onix Plus e o Onix Sedan) conseguirá trabalhar com uma transmissão automática – se sim, não duvide que ele aposente o 1.4 no futuro.
Muitos dizem que o Cobalt é carro de taxista. Embora seja um comentário maldoso, ele tem um fundo de verdade por ser um modelo que faz sentido para Pessoa Jurídica. Tem espaço, boa lista de equipamentos e preço de briga, fazendo com que seja uma escolha racional. E é por isso que ele continuará no mercado, mesmo que o Onix Sedan esteja bem próximo em porte. Deve perder a versão Elite, sendo vendido em configuração única a partir da linha 2020 (que chega nos próximos meses). Só deixará de ser produzido caso seja canibalizado pelo Prisma e pelo Onix Sedan, a ponto de não ter vendas expressivas o suficiente para pagar o custo de produção.
A General Motors trabalha para que o Onix seja um dos nomes mais vendidos, não só no Brasil como no resto do mundo. Para isso, quanto mais modelos tiverem este batismo, melhor. Assim, o novo Onix Sedan chegará ao mercado como nome próprio ao invés de tornar-se o novo Prisma, enquanto o hatch deve ser batizado como Onix Plus, repetindo a estratégia de colocar um sobrenome para cada carroceria. O sedã será o primeiro carro da nova linha da GM, chegando ainda neste ano, enquanto o hatch é esperado para o começo de 2020. Terão o novo motor 1.0 de três cilindros turbo com câmbio automático e, posteriormente, o 1.2 aspirado com câmbio manual.
Se arrependimento matasse... a GM sabe bem que deveria ter produzido o Tracker no Brasil, mas não adianta chorar o leite derramado. Irão resolver este problema com a nova geração do SUV compacto, que usa a mesma plataforma GEM (Global Emerging Markets) de Onix Plus e Onix Sedan. Ficará ligeiramente maior (2 centímetros a mais de entre-eixos) e terá novos motores – na China, ele será vendido com o 1.0 turbo de 115 cv e 125 cv. A estreia é esperada para 2020, com produção em São Caetano do Sul (SP).
Como será o mercado de sedãs médios nos próximos anos é algo que poucos sabem. O Cruze saiu de linha nos EUA e deixará de ser produzido também no México, o que irá matar efetivamente o carro na América do Norte. Poucos mercados manterão o modelo, como Argentina, Brasil e China. A marca diz que o sedã médio seguirá vivo na região e prometeu a versão reestilizada ainda para 2019 (a produção deve começar na metade do ano). Será o primeiro carro da marca com a tecnologia 4G WiFi, que depois será estendida para o resto da linha.
A nova plataforma GEM ainda dará origem a outros modelos. Um deles será uma picape inédita no mesmo segmento da Fiat Toro. Apesar de prevista para 2020, ela ainda não deu as caras em lugar algum do mundo. O site GM Authority diz que utilizará o motor 1.4 turbo de 153 cv do Cruze e câmbio automático de 6 marchas. A publicação ainda diz que ela irá matar a velha Montana.
Mais do que dominar o segmento, a Chevrolet Spin pode dizer que ela "É" o segmento de minivans no Brasil. E ela tem público fiel, emplacando cerca de 2 mil unidades por mês – mais do que Tracker ou Cruze. Os documentos sobre a linha GEM que foram parar na internet mostram que há planos para manter a Spin na linha com uma segunda geração, e a própria fabricante disse que o projeto dará origem a cinco tipos de carrocerias, com oito variações regionais. Porém, espere por um lançamento para 2021, já que ela acabou de ser reestilizada.
Quando foi negociar novas condições com os funcionários de suas fábricas brasileiras, a General Motors encontrou páreo duro em São José dos Campos (SP). Para fechar o acordo, teve que se comprometer a investir na fábrica para produzir uma nova geração da picape S10 e do SUV derivado Trailblazer. A mudança deve acontecer somente depois de 2020, em um novo ciclo de investimentos de R$ 5 bilhões no complexo.
A gama de carros acima R$ 120 mil é bem pequena na Chevrolet. Há apenas o Equinox, o Camaro e o Trailblazer, além de algumas versões da S10. A marca pode ampliar um pouco este leque com o lançamento do Blazer, crossover posicionado acima do Equinox e que servirá de opção urbana para quem não quiser o Trailblazer (já que é um SUV mais off-road, com carroceria sobre chassi). O problema é que ele esbarra no dólar alto e também na incerteza sobre o acordo com o México. Já o Equinox terá um facelift em breve (já avistado em testes nos EUA) e a GM pode apostar em versões mais baratas do modelo, com o motor 1.5 turbo de 173 cv, de forma a pegar um pouco das vendas do Jeep Compass e do futuro Volkswagen Tarek.
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