A Renault tentou manter Carlos Ghosn na liderança da empresa até que todas as acusações fossem resolvidas, mas o executivo resolveu renunciar o cargo de CEO da marca francesa. Ele será sucedido por Thierry Bollorè como CEO e Jean-Dominique Senard (o atual CEO da Michelin) irá assumir a presidência global da marca. O executivo está preso no Japão desde o dia 19 de novembro.
O anúncio foi feito por Bruno Le Maire, Ministro das Finanças da França, e encerra a era Ghosn na Renault, que durou quase 20 anos. O governo francês é acionista da Renault, com 15% de participação. "O estado espera se reunir com a diretoria nos próximos dias e nomear uma nova liderança estável e sustentável", disse Le Maire.
A renúncia de Ghosn foi feita na última quarta-feira, 23, abrindo espaço para a mudança de cargos. O ex-presidente da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi ainda estava no comando das operações individuais de cada uma das empresas do grupo, que é uma das maiores do mundo. Em 2017, a Aliança contabilizou 10,6 milhões de carros vendidos mundialmente, superando o Grupo Volkswagen e a Toyota.
O executivo brasileiro foi preso em novembro, acusado de mentir sobre o seu salário e usar dinheiro da empresa para uso pessoal, como reformar suas casas, enquanto era CEO e presidente da Nissan. A promotoria japonesa fez a acusação formal em dezembro após uma investigação e Ghosn sempre se declarou inocente.
Junto com ele, o governo japonês também acusou Greg Kelly, diretor de recursos humanos da Nissan. Se for considerado culpado, pode cumprir 10 anos de prisão.
Thierry Bollorè, nascido em 1963, é membro do comitê executivo da Renault e faz parte do quadro de diretores das fabricantes Avtovaz, Dongfeng Renault e Renault Brilliance Jinbei. A Avtovaz é a empresa que produz os carros da Lada e foi adquirida pela aliança em 2016, enquanto as outras duas marcas são joint-ventures na China.
Jean-Dominique Senard, nascido em 1953, é presidente do Grupo Michelin desde 2012, o primeiro a comandar a empresa sem fazer parte da família Michelin. Ele começou a carreira na Total e entrou para a fabricante de pneus em 2005, como CFO e membro do conselho executivo.
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