Oficialmente, a Ford diz que apresentou o Territory no Salão do Automóvel para medir a recepção do público. Por trás do discurso oficial, porém, está o plano para resolver dois problemas com uma cajadada só: ter um SUV médio para enfrentar o sucesso do Jeep Compass e ocupar a vaga que o Focus vai deixar na fábrica de General Pacheco, na Argentina, que deixará de produzir o modelo em maio de 2019.
O Territory é um SUV pensado inicialmente para o mercado chinês como um rebadge do Yusheng S330, lançado por lá em 2016. A Ford diz que testou o modelo em seus centros de desenvolvimento na própria China e na Austrália, para garantir que os padrões de qualidade da marca sejam atingidos. Mesmo assim, o objetivo principal é claro: redução de custos.
É por isso que, garante um executivo da Ford brasileira, o Territory foi escolhido para atuar também no mercado sul-americano. Foi o jeito de fechar a conta para ter um rival para o Compass a um preço competitivo - coisa que o Escape, SUV do Focus, não conseguiria. "Hoje, a faixa de preço que o Compass mais vende é entre R$ 110 mil e R$ 125 mil", conta nossa fonte, o que significaria ter o Territorry custando no máximo uns R$ 130 mil, dá a entender o executivo.
Embora estampe o logotipo da Ford, o SUV chinês não é um Ford como conhecemos. Além de o design não conversar com os demais carros da marca, por dentro não encontramos nenhum componente comum aos outros Ford. Até mesmo o motor, que o logotipo alega ser um EcoBoost, na verdade é um 1.5 turbo de quatro cilindros de origem Mitsubishi, que rende 163 cv. Basta lembrar que o legítimo EcoBoost 1.5 tem 3 cilindros e até 200 cv, como no caso do novo Fiesta ST europeu. O câmbio é um automático de seis marchas.
Internamente, o destaque fica por conta do painel com desenho arrojado, com direito a cluster digital e uma generosa tela para a central multimídia. Uma curiosidade é que o botão de partida fica do lado esquerdo do motorista, como nos Porsche. O espaço interno, garante a Ford, é superior ao do Compass, principalmente no banco traseiro.
Seja como for, a produção do Territory na Argentina pode (e deve) vir acompanhada de mudanças para o mercado local, até porque o lançamento por aqui não acontecerá antes de 2020.
Fotos: Donizetti Castilho e divulgação
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