VW T-Cross: como é e quanto vai custar o novo SUV nacional
Detalhamos a versão topo de linha Highline, que terá motor 1.4 TSI do Golf
Primeiro SUV compacto da Volkswagen, o T-Cross foi revelado na tarde da última quinta-feira (25) com direito a evento simultâneo no Brasil, Holanda e China. Embora seja fruto de um mesmo projeto, desenvolvido sobre a plataforma MQB-A0, o modelo terá características próprias para cada região. O carro nacional e o chinês, por exemplo, usam a versão alongada de entreeixos, o mesmo do Virtus, enquanto o europeu é feito sobre a base do Polo.
Para o mercado brasileiro e latino americano, o T-Cross será fabricado na planta de São José dos Pinhais (PR) a partir do começo de 2019. A chegada às lojas deverá acontecer no mais tardar em abril. Será equipado com motores TSI de 1.0 e 1.4 litro, com câmbio manual ou automático de 6 marchas, sempre com tração dianteira. Neste primeiro momento, a VW mostrou apenas a versão Highline 1.4 topo de linha com todos os equipamentos disponíveis, incluindo painel de instrumentos digital, central multimídia de 8", partida por botão, controles de estabilidade e tração com assistente de partida em rampa, rodas aro 17", bancos de couro, seletor de modos de condução, sistema de estacionamento automático park assist, faróis Full-LED, seis airbags, iluminação interna em LEDs, saída de ar no banco traseiro, quatro tomadas USB e teto solar panorâmico, entre outros recursos.
Preços só serão divulgados mais perto do lançamento, mas, segundo ouvimos de executivos da VW, não estará entre os mais baratos da categoria. Quem apostar numa tabela semelhante à do Honda HR-V, entre R$ 90 mil e R$ 110 mil, está no caminho mais provável. A diferença ficará por conta da versão de entrada com câmbio manual, que o HR-V não oferece, podendo custar em torno dos R$ 85 mil. Equipada com motor 1.0 TSI, ela usará a caixa de seis marchas que era do Golf. As demais terão a transmissão automática AQ-250 de seis marchas, também conhecida como Tiptronic.
Partes pintadas em laranja são exclusivas do T-Cross em relação a Polo e Virtus; entre-eixos é o mesmo do sedã
Diante da plataforma exposta no evento, sem a carroceria, o chefe de engenharia José Loureiro nos explica as diferenças para Polo e Virtus. "Tudo que você vê pintado em laranja é exclusivo do T-Cross, incluindo praticamente toda a seção central, boa parte da estrutura traseira e o suporte dos bancos dianteiros", diz Loureiro. O engenheiro conta que o ponto H do SUV, ou seja, a medida onde fica o quadril do motorista, é 58 mm mais alta que a do Polo, para dar aquela sensação de "domínio" do trânsito que os fãs de utilitários-esportivos tanto adoram. Já a distância entre-eixos (2,65 m) é a mesma do Virtus, exemplificada pela área pintada de cinza, que mostra os 8,8 cm a mais que o hatch. Já o porta-malas tem capacidade entre 373 e 420 litros, dependendo da inclinação do banco traseiro (que se altera mexendo no ferro de encaixe do encosto à estrutura do carro) e da presença do subwoofer do kit de áudio da Beats. Quando equipado com ele, o porta-malas fica mais raso - sem o kit, a base fica num andar mais baixo. O estepe é fino, de uso temporário.
Além de ser mais longo que o modelo europeu, com 4.199 metros de comprimento, o T-Cross nacional também é 9 mm mais alto, com 1.568 mm. Loureiro explica que a suspensão segue o mesmo conceito de Polo e Virtus, com estrutura McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. Porém, o eixo traseiro é mais rígido e os componentes da dianteira, como a barra estabilizadora e os braços da suspensão, são mais grossos. Também o acerto entre motor e câmbio é exclusivo para o SUV, tanto na versão 1.0 TSI (128 cv e 20,4 kgfm) quanto na 1.4 TSI (150 cv e 25,5 kgfm). Existirá ainda uma versão equipada com o motor 1.6 aspirado (110 cv), mas apenas para exportação.
Para justificar seu posicionamento de mercado superior ao de Polo e Virtus, o T-Cross traz diferenciações leves no acabamento. As unidades expostas para a imprensa eram todas Highline com pintura biton, sempre com o teto e as colunas pretas. Por dentro, o desenho lembra bastante o dos irmãos, porém com partes na mesma cor da carroceria, além de um aplique cinza na parte em frente ao passageiro. No carro branco, por exemplo, o interior usa branco brilhante com textura, que particularmente achei bem bacana. Mas o acabamento no geral continua simples, com painel de plástico rígido e sem forração de tecido nas portas, além de os trilhos dos bancos dianteiros seguirem expostos. Pena também a VW não ter trazido o novo volante que estreou no T-Cross europeu, mantendo o mesmo já oferecido nos demais carros da marca. Ao menos a manopla de câmbio é nova, com as posições iluminadas.
O aumento do entre-eixos beneficiou o espaço no banco traseiro, oferecendo um vão para as pernas semelhante ao do Virtus. O espaço para a cabeça também é bom, mas, no caso da unidade equipada com teto-solar, o equipamento ocupa uma área preciosa. O assoalho não ficou elevado, de modo que as pernas viajam em posição confortável, enquanto o túnel central não é muito volumoso. O T-Cross nacional se diferencia pela saída de ar traseira, além de duas entradas USB dedicadas. Passando ao porta-malas, o compartimento fica um tanto raso quando equipado com o subwoofer do sistema Beats. Mesmo na versão sem o item, será menor que o de alguns rivais.
Em termos visuais, o T-Cross nacional ficou bem resolvido e tem porte mais parrudo, impressão garantida não só pelas maiores dimensões como também pela maior altura do solo. Na dianteira, o SUV daqui tem uma barra imitando alumínio com o nome do carro, enquanto a traseira traz um aplique cromado que simula uma dupla saída de escape. Nas laterais, a diferença fica por conta da parte inferior sem pintura, o que ajuda a reduzir a impressão de carroceria alta, enquanto as rodas aro 17" têm desenho exclusivo. Se a dianteira é tipicamente VW, com a grade e os faróis incorporados, como no Jetta, a traseira tem mais personalidade - mas isso não é exatamente um elogio. A barra plástica preta que une as lanternas poderia ficar interessante caso a parte vermelha acendesse, mas é apenas um refletor. Ao vivo, o resultado causa um pouco de estranheza. Por fim, a grafia de todos os logotipos é nova, com o nome do carro em destaque no centro da tampa do porta-malas.
As três unidades mostradas aos jornalistas são exatamente as mesmas que estarão expostas ao público no Salão do Automóvel, a partir de 8 de novembro, onde o T-Cross promete ser uma das principais atrações. A VW também aproveitou a estreia do SUV compacto para confirmar que os três próximos utilitários-esportivos da empresa chegarão até o fim de 2020. O próximo deverá ser o Tarek, modelo médio que será feito na Argentina para desafiar o Jeep Compass. A marca alemã demorou a entrar na onda dos SUVs, mas agora está correndo para tirar o atraso.
Fotos: autor e divulgação
Galeria: Volkswagen T-Cross (Brasil)
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Kia Syros 2025 combina design exótico, direção autônoma e motor do HB20
Citroën C3 brasileiro não é igual ao europeu; veja o que muda
Novo Audi Q5 Sportback 2025 faz de 0 a 100 km/h em 4,5 s
"China está anos à frente em veículos elétricos", diz ex-CEO da Stellantis
Jaecoo J5: SUV rival de T-Cross e Creta é revelado e poderá vir ao Brasil
Análise: Carlos Ghosn é quem pode salvar a Stellantis
Novo VW Tayron: o que sabemos sobre o substituto do Tiguan no Brasil