Desde 2009 na direção de design do Grupo BMW, o holandês Adrian van Hooydonk ainda guarda boa dose de entusiasmo ao apresentar um novo carro da marca alemã. Foi assim na manhã do dia 2 de outubro, em Paris, quando a BMW exibia pela primeira vez ao mundo a sétima geração do Série 3, codinome G20. Logo após tirar o véu do novíssimo sedã, Hooydonk conversou com alguns jornalistas da América Latina, entre eles a reportagem do Motor1.com Brasil.
Sediado em Munique, na Alemanha, o designer de 54 anos chefia o departamento de estilo das marcas BMW, BMW Motorrad, Mini e Rolls-Royce. Ele comanda uma equipe de nada menos que 700 designers ao redor do mundo, tendo como trabalho principal definir os rumos de estilo dos próximos modelos da empresa. Entre eles, o BMW Série 3 é com certeza um dos mais importantes, não somente por ser o produto mais vendido da marca mundo afora como também um carro com uma enorme legião de fãs.
Quando questionado sobre o desafio de redesenhar um modelo tão icônico, Hooydonk fez uma analogia interessante: "Me sinto como um piloto de corridas, ele não pode pensar no que pode dar errado. Ele tem que acreditar que vai dar certo e seguir nesta direção". No caso do Série 3 G20, houve um ano para definir o design (externo e interno) e dois para desenvolver o carro (junto com sua versão perua Touring). Para começar a missão, Hooydonk apresenta aos designers qual o objetivo do novo modelo. Depois, recebe e analisa as diversas propostas vindas dos centros de design globais da BMW.
"Alteramos pontos-chave como faróis, lanternas e interior", conta Adrian van Hooydonk, ao lado do editor do Motor1.com
Com o novo Série 3, a ideia da BMW era ter um design evolutivo, ou seja, atualizar as linhas sem perder o estilo característico do modelo, de modo que ele fosse facilmente reconhecido como um Série 3. Objetivo que, na minha modesta opinião, foi plenamente atingido. O G20 ficou ainda mais bonito e agressivo, principalmente ao vivo. Hooydonk explica as mudanças: "Nós alteramos pontos-chave como os faróis, lanternas e o interior. As rodas estão maiores, as bitolas ficaram mais largas e a linha Hofmeister Kink (aquela dobra para a frente na coluna C) ficou mais definida". Na frente, o destaque fica por conta dos faróis Full-LED (que podem ser a laser como opcional) com a parte inferior recortada por um "dente", acompanhando os elementos internos. Ao mesmo tempo, a grade "duplo rim" está maior e mais integrada ao grupo óptico.
Devido a demanda por espaço interno, o Série 3 ficou 76 mm mais comprido (4.709 mm) e 16 mm mais largo (1.827 mm), mas a altura cresceu apenas 1 mm (1.442 mm), para manter o perfil baixo e esportivo do modelo. A distância entre-eixos aumentou em 41 mm (2.851 mm), enquanto as bitolas dianteira e traseira cresceram 43 mm e 21 mm, respectivamente.
A lateral é o ponto de maior ligação com o Série 3 anterior, bem como as proporções entre capô, teto e o terceiro volume, mantendo a dianteira longa e avançada. Na traseira, as lanternas ficaram mais largas e baixas, ao mesmo tempo em que abandonaram as lentes com detalhe em laranja - agora são sempre vermelhas no contorno e cinzas (ou fumê) na parte superior, enquanto as saídas de escape (duas) foram deslocadas uma para cada lado do para-choque. Houve quem visse um pouco de Lexus ali, mas na verdade o Série 3 segue no estilo de lanternas dos novos X4 e X5.
Na parte interna, talvez o ponto mais crítico do antecessor F30, o novo Série 3 deu um salto de modernidade. "Dividimos os comandos em duas ilhas principais e colocamos o painel digital", conta Hooydonk. Essas duas ilhas as quais o designer se refere são: 1) em torno da alavanca de câmbio, que aliás ganhou formato mais "gordinho" e ergonômico; 2) a parte central onde ficam os botões do sistema de som e da ventilação, além da central multimídia. Na parte 1 estão o seletor giratório do iDrive, o freio de mão eletrônico e os botões dos modos de condução, entre outros comandos. Já o volante também é novo, passando a trazer as borboletas do câmbio com pintura metalizada, de tato bem bacana.
O quadro de instrumentos passa a ser digital como no novo Z4, trazendo uma tela TFT de 12,3 polegadas colorida, que faz par com uma tela de 8,8 polegadas da central multimídia. Novidade nesta parte fica por conta do assistente pessoal BMW, que funciona como uma espécie de Siri dos iPhone - você pode falar, por exemplo, que está com calor e ele vai reduzir a temperatura do ar-condicionado. Como opcional, a multimídia pode trazer GPS, duas portas USB, conexão Apple CarPlay e internet Wi-Fi via chip 4G instalado no carro.
No Salão de Paris, a BMW apresentou apenas as versões do novo Série 3 com motores de 4-cilindros - tanto a gasolina quanto a diesel. A 320i mantém o motor 2.0 turbo de 184 cv, enquanto a nova 330i substitui a atual 328i com uma variante de 258 cv deste mesmo 2.0 turbo, sempre com câmbio automático de 8 marchas e tração traseira. Em 2019 virá a 340i, com o clássico seis-cilindros em linha turbo em versão de 374 cv, aliada à tração integral xDrive.
O lançamento internacional acontecerá em dezembro, em Portugal, mas a chegada ao Brasil acontecerá somente no segundo semestre de 2019 - motivo pelo qual o novo Série 3 ainda não estará no Salão de São Paulo no mês que vem.
Fotos: Motor1.com e divulgação
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