Anunciado pelo CEO Sergio Marchionne há algumas semanas, o plano estratégico de 5 anos traçado para a Fiat parece não ter sido unanimidade entre especialistas do mercado. Consultor da empresa de consultoria Jato Dynamics, Felipe Munoz avalia o programa como certeiro ao evitar concorrência com grandes marcas europeias (especialmente em segmentos estagnados), mas ao mesmo tempo falho ao concentrar a atuação na Fiat na família 500. Há preocupação principalmente quanto à capacidade de crescimento diante da baixa representatividade no mercado de SUVs - justamente o que mais cresce na Europa.
"Se você não tiver SUVs hoje, não poderá crescer na Europa ou nos mercados globais, especialmente se o seu best-seller for um subcompacto de 11 anos", disse Munoz. No calendário de lançamentos anunciado em junho, há menção apenas para a estreia do 500 Giardiniera e as mortes de Punto e Tipo. Na época, Marchionne disse que, diante das leis anti-poluição europeia, é muito difícil para montadoras generalistas gerar lucro. Dessa forma, atuar no mercado de subcompactos (com 500 e Panda) é "onde a Fiat pode jogar melhor".
Na prática, a marca terá apenas o 500X como único representante no vasto e concorrido mercado europeu de SUVs. O modelo mudará de geração e ganhará propulsão híbrida, mas ao que tudo indica não constituirá família. Junto com os primos 500, 500L e Panda, o 500X representou 69% das vendas europeias da Fiat no ano passado. A participação de mercado da marca foi de 5%, atrás de montadoras de luxo alemãs como Mercedes-Benz (5,7%), BMW (5,3%) e Audi (5,3%). A Volkswagen, com quem a Fiat já rivalizou em pé de igualdade nas décadas de 1970 e 1980, ficou com 10,9%.
Se na Europa a marca praticamente negligenciará o mercado de SUVs, no Brasil a estratégia será bem diferente. Ao que tudo indica, a marca lançará por aqui pelo menos 3 representantes na categoria, com variados tamanhos. O primeiro, posicionado no chamado segmento "A", é apontado como uma versão aventureira do Argo. O segundo, por sua vez, atuará na chamada faixa "B" do mercado e brigará diretamente com Hyundai Creta, Chevrolet Tracker e Jeep Renegade. Por fim, o terceiro será maior e terá capacidade para levar até 7 passageiros, substituindo indiretamente o finado Freemont.
Fonte: Automotive News
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