A conta é simples. A transferência custa 105 milhões de euros, mais 60 milhões de euros de salário por quatro anos (o que dá 240 milhões) e mais 12 milhões de comissão. Total: 357 milhões de euros. É o que irá custar para levar Cristiano Ronaldo do Real Madrid para o Juventus. A cifra astronômica não caiu bem para o sindicato dos trabalhadores da fábrica de Melfi, que decidiu entrar em guerra contra a fabricante e fazer uma greve de dois dias, entre 15 e 17 de julho.
“Somos todos funcionários da mesma empresa (Fiat-Chrysler e o Juventus são da família Agnelli, que controla o time através da Exor) e esta diferença de tratamento não pode continuar", diz o sindicato em comunicado, criticando a chegada de Cristiano Ronaldo ao Juventus. "Enquanto os trabalhadores e suas famílias 'apertam os cintos' cada vez mais, os donos decidem gastar centenas de milhões de euros em uma única pessoa. Isto está certo? É normal que uma única pessoa ganhe milhões e milhares de famílias não tenham dinheiro após a metade do mês? Eles [os donos] nos disseram que é um momento difícil, que precisamos recorrer a pagamentos parcelados e layoffs enquanto esperamos pelo lançamento de novos modelos que nunca chegam", protestam os funcionários.
O argumento do sindicato é que a Exor, fundo de investimento dos Agnelli, poderia usar o valor para atualizar a fábrica de Melfi para a produção de novos modelos. Através da Exor, os Agnelli tem 30% da Fiat-Chrysler e 64% do Juventus. Apesar dessa ligação, as duas tem operações próprias e totalmente separadas. Só que os trabalhadores acreditam que estão pagando essa conta, já que foram eles que fizeram os Agnelli ganharem dinheiro o suficiente para esta transação.
A fábrica em Melfi tem recorrido a layoffs há anos, por nunca receber a produção de novos modelos. Atualmente, o complexo, aberto em 1994, tem uma produção anual de cerca de 400 mil unidades do Fiat 500X e do Jeep Renegade, e está com 5.857 trabalhadores em contrato de rotação e pagamento reduzido. Para piorar, a Fiat havia prometido trazer todos os empregados de Melfi de volta no final de 2018, prazo que não será cumprido já que a FCA adiou seu planejamento para adotar a nova estratégia para os próximos cinco anos. Nele, a fabricante prevê que todos os seus funcionários na Itália deverão voltar ao trabalho até o final de 2022.
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