Basta o Motor1.com publicar o ranking mensal dos carros mais vendidos para começar a discussão: "Ah, mas esse carro é tudo venda direta, não é o cliente comum que compra", diz alguém nos comentários da matéria. Venda é venda e, de todo modo, o dinheiro está indo para os cofres da montadora. Mas resolvemos então, nesta lista, mostrar os carros que mais dependem da modalidade venda direta. Ou seja, são modelos mais comercializados para locadoras, frotas de empresas, táxi e público PCD, entre outros tipos de consumidor. Os dados referem-se ao primeiro trimestre de 2018. Confira:
Obs: excluímos a categoria comercial leve por se tratar de um segmento no qual as vendas são tradicionalmente mais voltadas à empresas.
Após um período de baixa, o sedã do Gol reencontrou seu público entre as empresas. Neste primeiro trimestre de 2018, nada menos que 76,62% das vendas do Voyage foram diretas. E esse número pode aumentar ainda mais com a chegada da versão com câmbio automático no segundo semestre. Para o cliente comum, agora a VW já oferece o Virtus, maior e mais moderno.
Outro sedã que começou sua carreira atendendo à família e agora presta serviço em frotas é o Logan. Nos últimos meses, 70,1% de suas vendas foram feitas diretamente pela fábrica. A ideia da Renault é resgatar o público familiar com a próxima reestilização do modelo, prevista para o segundo semestre. Terá leves mudanças visuais e interior mais bem-acabado e equipado. Uma das novidades poderá ser o câmbio automático CVT.
A geração anterior do compacto era muito conhecido por ser carro de frota - principalmente com carroceria de 2 portas, na cor branca e com escada no teto. Agora o Uno "quadrado arredondado" vai pelo mesmo caminho, já com 64,2% das vendas na modalidade direta neste 2018. Para piorar, perdeu recentemente as versões mais interessantes ao público geral. Resta saber como a Fiat vai lidar futuramente com sua oferta de compactos, pois hoje parece não haver espaço para Mobi, Uno e Argo sem eles se acotovelarem nas vendas.
Mais um sedã que tem seu maior público (60,3%) nas vendas diretas. O Ka Sedan ainda é moderno e teria condições de vender mais no varejo, mas a verdade é que seu design não conquistou o consumidor. Assim como o hatch, será reestilizado e ganhará câmbio automático no segundo semestre, podendo conquistar os pais de família que hoje compram os concorrentes.
Após o lançamento do Captur, a Renault deslocou o Duster para ser seu SUV de entrada. Assim, ele passou logo a ser o SUV mais requisitado em frotas, se valendo do bom espaço interno e robustez. A chegada da nova geração em 2019 poderá mudar este cenário, mas, por enquanto, 59,7% das vendas do modelo são diretas.
O ex-carro mais vendido do país por quase três décadas hoje passou o posto de carro-chefe da VW no Brasil ao Polo, maior e mais moderno. Mas o Gol ainda segue firme no mercado, principalmente nas vendas diretas - que respondem atualmente por 59,1% dos emplacamentos do modelo. Os planos da VW para o Gol, a propósito, são de longo prazo: primeiro, ganhará câmbio automático; em 2020, será a vez de uma geração totalmente nova.
Querida pelos taxistas, a Spin é basicamente a única opção de minivan para 7 lugares com preço acessível. Mesmo com o mercado nessa faixa de preço totalmente voltado aos SUVs compactos, a minivan da GM ainda conserva boas vendas, sendo 57% delas feitas diretamente da fábrica. Passará por reestilização no segundo semestre, para seguir bem na praça.
Vive situação semelhante à da Spin, com bom mercado entre os taxistas e 56,4% das vendas na modalidade direta. Tanto que, apesar do sucesso do Prisma, a GM segue apostando no Cobalt como opção intermediária abaixo do Cruze. Prova disso é que a Chevrolet já testa a nova geração do modelo, que flagramos com exclusividade.
O SUV do 208 chegou com uma falta: o câmbio automático na versão 1.6 THP. Pelo menos a Peugeot trocou a caixa automática de 4 marchas das versões 1.6 aspiradas por uma de 6 posições. Mesmo assim, o 2008 tem vendas tímidas, e 56,2% delas são feitas diretamente pela fábrica.
Quando a Nissan montou fábrica no Brasil, talvez nem ela imaginasse que o Versa faria mais sucesso que o March. Hoje os dois andam meio esquecidos, à espera de nova gerações que deverão chegar entre 2019 e 2020. Mas, enquanto o March encolheu muito, o Versa ainda tem bons resultados - graças, é claro, aos 55,5% da venda direta.
CLASSIFICAÇÃO POR VENDAS DIRETAS |
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POS. | MODELO | VAREJO | % TOTAL | VENDAS DIRETAS | % TOTAL | 1º TRIM. 18 | % TOTAL |
1º | VW VOYAGE | 1,751 | 23.38% | 5,739 | 76.62% | 7,490 | 1.66% |
2º | RENAULT LOGAN | 1,109 | 29.87% | 2,604 | 70.13% | 3,713 | 0.82% |
3º | FIAT UNO | 1,065 | 35.81% | 1,909 | 64.19% | 2,974 | 0.66% |
4º | FORD KA SEDAN | 2,867 | 39.71% | 4,353 | 60.29% | 7,220 | 1.60% |
5º | RENAULT DUSTER | 1,366 | 40.27% | 2,026 | 59.73% | 3,392 | 0.75% |
6º | VW GOL | 6,642 | 40.86% | 9,615 | 59.14% | 16,257 | 3.60% |
7º | CHEVROLET SPIN | 2,082 | 42.97% | 2,763 | 57.03% | 4,845 | 1.07% |
8º | CHEVROLET COBALT | 1,662 | 43.60% | 2,150 | 56.40% | 3,812 | 0.84% |
9º | PEUGEOT 2008 | 915 | 43.78% | 1,175 | 56.22% | 2,090 | 0.46% |
10º | NISSAN VERSA | 2,466 | 44.47% | 3,079 | 55.53% | 5,545 | 1.23% |
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