Está concluída a estratégia mais agressiva da BMW Motorrad do Brasil nos últimos tempos: com a chegada da trail compacta G310 GS às lojas, se completa o plano de atuar no segmento de baixa cilindrada - primeiro com a naked G310 R e agora com a "baby GS". A primeira incursão da marca alemã no segmento das pequenas trails usa o mesmo motor monocilíndrico da R, com 313 cc e 34 cv de potência, mas se diferencia na posição de pilotagem mais ereta e nas suspensões com maior curso, além do visual que remete diretamente às irmãs maiores - como você pode notar nas fotos com a R 1200 GS ao lado da novidade.
Apesar de ter divulgado o preço oficial, de R$ 24.900, a BMW ainda não lançou oficialmente a nova GS - o evento para a imprensa deverá acontecer em março. Aproveitamos então que ela já está disponível em algumas concessionárias da capital paulista para realizar um breve test-ride.
Como mostramos em vídeo no Salão Duas Rodas do ano passado (abaixo), a principal diferença para a G 310 R fica mesmo por conta da posição de pilotagem. A altura do banco passa de 785 mm na naked para 835 mm, enquanto a roda dianteira passa de 17 para 19 polegadas, mantendo o aro 17 na traseira. Com meu 1,78 m de altura, não houve problema para apoiar os pés no chão, até porque a moto é magra. Além disso, a GS também é leve, com apenas 169,5 kg (11 kg a mais que a R).
Mesmo com a posição elevada, a GS traz o guidão baixo para uma trail. Como fui acompanhado de um vendedor da loja numa G 310R, deu para perceber que a diferença é pouca quando paramos lado a lado no semáforo. Isso cria alguns problemas, como passar nos corredores mais estreitos, porque o guidão é largo e fica na altura da maioria dos retrovisores dos carros - acabei me vendo "preso" em espaços que já aproveitei com motos maiores. Outra questão é que essa posição baixa do guião prejudica a pilotagem em pé na terra, uma vez que as pedaleiras são altas.
Tirando esse detalhe (que futuramente pode ser resolvido com uma espécie de calço na mesa, disponível como acessório para algumas motos da BMW), a "GSinha" se revelou até mais gostosa de pilotar que a R. O motor monocilíndrico de 4 válvulas, por exemplo, entrega bom torque em baixas rotações (2,85 kgfm a 7.500) e, junto com a transmissão de relações curtas, deixa as saídas ágeis. O câmbio de 6 marchas tem engates leves e precisos, enquanto a embreagem é uma manteiga e os freios disco nas duas rodas (com ABS de série) respondem a contento.
Em termos de instrumentos, o painel 100% digital é o mesmo da R. Embora a tela não seja grande, é bastante completa em informações, incluindo computador de bordo com consumo médio e instantâneo e o útil indicador de marcha. Diferentemente da R, o ABS pode ser desativado para aventuras fora do asfalto.
Mas o melhor da G310 GS é mesmo seu conjunto de suspensões, com bengalas invertidas na dianteira (41 mm) e monoamortecida na traseira. Com 180 mm de curso, ela tem aquele "jogo" agradável das trails na hora de lidar com pisos ruins, buracos, valetas e toda a sorte de obstáculos urbanos. Com a roda aro 19" na frente, em vez de 21" como na F800 GS, a 310 revela ótima agilidade para mudar de direção, o que deixa antever uma moto boa de pilotar em estradas sinuosas. Também fiz o teste de subir numa calçada e ela foi exemplar, absorvendo bem o impacto.
Diferentemente das grandes GS, a 310 tem proposta urbana. Daí o pequeno para-brisas, que desvia pouco vento do condutor, e o motor um pouco limitado para viagens. Não pegamos estrada, mas, a julgar pelo que testamos na G310 R (que tem o mesmo conjunto motor e câmbio), a 120 km/h em sexta o motor já grita bastante. E a máxima fica em torno dos 140 km/h.
Ao fim do rápido passeio, já podemos dizer que a pequena GS tem mais apelo para o público brasileiro do que a própria R - tanto pelo estilo quanto pela proposta. A diferença de preço não é pequena (R$ 3 mil), mas, por R$ 24.900, a G 310 GS regula em valor com a principal rival, Kawasaki Versys-X 300 (R$ 23.990 na versão com ABS e R$ 25.990 na versão Tourer, com malas laterais de viagem).
Fotos: autor e arquivo Motor1.com
Ficha Técnica BMW G 310 GS |
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Motor | Um cilindro, 4 tempos, arrefecido a líquido, 4 válvulas, DOHC |
Capacidade cúbica | 313 cc |
Diâmetro X Curso | 80mm x 62,1mm |
Taxa de compressão | 10,6:1 |
Sistema de partida | Elétrica |
Bateria | 12V – 8 Ah |
Sistema de Ignição | Eletrônica |
Tipo de combustível | Gasolina |
Capacidade do tanque de combustível | 11 litros |
Alimentação | Injeção Eletrônica |
Torque máximo | 2,85 kgf.m a 7.500 rpm |
Potência máxima | 34 cv a 9.500 rpm |
Transmissão | 6 velocidades |
Embreagem | Multidisco em banho de óleo |
Transmissão final | Corrente |
Tipo de chassi | Estrutura tubular de aço com sub-chassi parafusado |
Pneu dianteiro | 110/80 R19 |
Pneu traseiro | 150/70 R17 |
Freio dianteiro | Disco simples de 300 mm com ABS |
Freio traseiro | Disco simples de 240 mm com ABS |
Comprimento total | 2.075 mm |
Altura total | 880 mm |
Altura do assento | 835 mm |
Trail | 98 mm |
Rake | 63,3º |
Peso em ordem de marcha | 169,5 kg |
Distância entre eixos | 1.420 mm |
Suspensão dianteira | Garfo telescópico invertido, tubos de 41 mm de diâmetro e 180 mm de curso |
Suspensão traseira | Balança de alumínio, um amortecedor c/ regulagem na pré-carga da mola, s/ link e 180 mm de curso |
Consumo (dados de fábrica) | 33,3 km/l |
Velocidade máxima (dado de fábrica) | 143 km/h |
Cores | Branca, vermelha ou preta |
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