Para quem começou o ano cheio de incertezas, até que 2017 terminou de forma positiva. Muitos lançamentos importantes, fechamento de vendas acima do ano anterior (o que não acontecia desde 2013) e expectativa de um 2018 ainda melhor. Como sempre, tiveram aqueles carros que se destacaram e aqueles que decepcionaram. Vamos a eles:
Toyota Prius
O híbrido mais vendido do mundo também é disparado o mais comercializado no Brasil. Com 2.405 emplacamentos (média em torno de 200 unidades mensais), o Prius vendeu mais que o Hyundai Elantra e ficou próximo do Audi A3 Sedan. Se o programa Rota 2030 trouxer mais incentivos aos híbridos/elétricos, o modelo japonês tem tudo para crescer mais nos próximos anos.
Mercedes-Benz Classe C
Montado em Iracemápolis (SP), o sedã médio da Mercedes chegou a 4.883 unidades em 2017. Não teve dificuldades de se impor sobre os rivais BMW Série 3 (3.393) e Audi A4 (1.072), mas surpreendeu por ultrapassar até mesmo o Ford Fusion (4.401). Na verdade, o Classe C atropelou inclusive o Ford Focus (4.756), que segue o calvário dos hatches médios em geral.
Jeep Compass
Com preços acima de R$ 100 mil, era esperado que o Compass ficasse atrás do irmão Renegade (menor e mais barato) nas vendas. Mas, com 49.187 emplacamentos, ele não só desbancou o Renegade com facilidade como ainda se tornou o SUV mais vendido do Brasil, superando o Honda HR-V. De quebra, ainda foi o 11o carro mais vendido de 2017, no ranking geral.
Hyundai Creta
Havia grande expectativa por um SUV compacto da Hyundai. E não demorou para o Creta cair no gosto do consumidor. Logo em seu primeiro ano de loja no Brasil, ele emplacou 41.625 exemplares e superou facilmente a meta de 36 mil unidades prevista pela marca. Nos últimos meses do ano, deixou para trás também o Honda HR-V, mostrando que em 2018 vai brigar pela liderança do segmento.
Chevrolet Onix
Desde que assumiu a liderança do mercado nacional, em 2015, o Onix nunca teve uma vida tão tranquila quanto em 2017. Além de bater seu recorde de vendas, com 188.654 unidades, ele abriu mais de 80 mil exemplares de vantagem sobre o segundo colocado, Hyundai HB20. Em 2016, essa diferença havia sido de pouco mais de 30 mil carros. E em 2015 o Onix havia superado Fiat Palio por somente 3.567 emplacamentos.
Ford Fiesta
Com um facelift de gosto duvidoso, uma central multimídia adaptada no painel (como se fosse um acessório) e nenhuma mudança mecânica, o Fiesta foi a maior decepção de 2017. Enquanto a Europa foi brindada com uma novíssima geração, por aqui a Ford nem se deu ao trabalho de trocar o câmbio Powershift, com histórico de problemas, pelo automático do EcoSport. Já o brilhante motor 1.0 EcoBoost, ainda sem injeção flex, foi relegado a uma única versão. E, para piorar, o Fiesta ainda ficou mais caro. Depois não dá para reclamar que ele ficou apenas na 39o colocação no ranking de vendas (19.057 unidades), sendo ameaçado até mesmo pela Ranger. Triste fim para um bom hatch que já disputou as primeiras posições do mercado...
Renault Captur
Outro que ficou abaixo da expectativa gerada em torno dele foi o Captur. Chegou ao Brasil com a mesma plataforma do Duster, diferentemente do europeu que usa a base do Clio, e herdou do irmão a velha mecânica 2.0 com câmbio automático de somente 4 marchas. As versões mais baratas vieram com um 1.6 moderno, o SCe 16V, mas que se revela pouco para empurrar o peso do SUV, especialmente na versão automática CVT. O resultado? Mesmo com design chamativo, não passou das 13.742 unidades em 2017 - menos que o próprio Duster, que o Honda WR-V e até que a esquecida Chevrolet Montana.
Honda Civic
Neste caso não parece ter sido um problema de produto, pois o novo Civic é muito bom - bateu o arquirrival Toyota Corolla em nosso comparativo. Acontece que hoje o mercado dos sedãs é muito conservador, e talvez o design do novo Civic tenha ficado arrojado demais para esse público. Quem quer algo mais descolado já migrou para os SUVs, e aí está outro problema do Civic. Ele enfrenta a concorrência interna do HR-V, não só nas lojas como também na fábrica de Sumaré (SP), que opera no limite. De todo modo, esperava-se mais do novo Civic do que as 25.871 unidades de 2017, enquanto o Corolla teve 66.188 emplacamentos.
VW Golf
Mais um caso em que o problema não está exatamente no carro, mas no mercado - embora com um pouco de culpa da VW. O Golf vem definhando da mesma forma que os outros hatches médios, engolidos pelos SUVs, mas ele é o que está sofrendo mais. Teve apenas 3.955 unidades emplacadas em 2017, terminando dezembro com pífios 200 exemplares. O Ford Focus foi um pouco melhor (4.756), mas somente o Chevrolet Cruze Sport6 se salvou na categoria (7.328). Problemas do Golf? Falta da versão 1.0 TSI com câmbio automático e preço elevado, uma vez que a primeira versão automática (Highline 1.4 TSI) já custa R$ 110 mil. Para completar, em 2017 chegou o novo Polo sendo vendido pela VW como mini-Golf... Quem sabe a reestilização de 2018 melhore a vida do modelo por aqui.
Hyundai HB20S
Se o HB20 hatch perdeu espaço no ano passado, sua versão sedã desabou: caiu de 46.023 unidades em 2016 para 32.232 em 2017 - uma queda de 30%. Assim, perdeu a vice-liderança do segmento para o VW Voyage e por pouco não ficou para trás também do Toyota Etios Sedan. Certamente que a Hyundai priorizou a produção do Creta em detrimento do HB20 e seus derivados, mas em 2018 o tempo tende a fechar ainda mais para o HB20S com as estreias de Fiat Cronos e VW Virtus.
Fotos: arquivo Motor1.com e divulgação
Fonte: Renavam
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