Ruim de vendas, o Ford Fiesta Sedan chegou a deixar nosso mercado por sete meses (entre janeiro e agosto deste ano). Mal voltou e já se prepara para deixar o Brasil novamente, desta vez pode ser de forma definitiva. Segundo o site Al Volante, tanto o hatch quanto o sedã deixarão de ser produzidos na fábrica mexicana em Cuautitlán em 2018.
A mudança acontecerá para resolver a situação da Ford no México. A marca vem tendo problemas nas vendas, caindo para a 4ª posição. O desempenho ruim foi causado por problemas na administração e as exigências do presidente norte-americano Donald Trump de produzir carros nos EUA ao invés de investir no país vizinho. Isso fez com que a fabricante cancelasse a construção de uma nova fábrica para produzir o Focus por lá, um investimento de US$ 1,5 bilhão.
Se não bastasse esses problemas, três executivos foram demitidos por vazar a informação do cancelamento da fábrica. Some isso aos problemas com o câmbio Powershift (que também deu dor de cabeça para a Ford no México) e os concessionários deixando de trabalhar com a marca por não ter apoio da matriz da Ford.
Tudo isso leva à uma renovação da linha de produção mexicana. A matriz mandou encerrar a vida do Fiesta por lá, para que passe a montar a minivan C-Max para os EUA, já que o modelo não é mais produzido em Michigan. A crise da Ford no México está tão forte que alguns executivos que conversaram com o Al Volante dizem que a fábrica em Cuautitlán pode ser fechada em 2022.
“O cliente não esquece e não perdoa. A Ford no México está pagando a fatura. Porém, o pior é que não há uma visão de qual o rumo [da marca]. E isso não acontece somente por aqui, vem desde a sede nos Estados Unidos. Infelizmente, a Ford deixou de ser a grande empresa que foi há 15 anos. Não haverá mais, em 2022, uma fábrica da Ford em Cuautitlán”, disse um analista do setor.
Sem o Fiesta na linha, o sedã deixará de chegar ao mercado brasileiro, já que produzimos somente a versão hatchback em São Bernardo do Campo (SP) e não há planos de adicionar o Fiesta Sedan à linha. O lado bom é que, sem o modelo mexicano, o Brasil ganha chances de exportar o compacto para mais mercados.
Fonte: Al Volante
Fotos: Divulgação
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