Maior vendedor global de veículos no acumulado deste ano (à frente das tradicionais líderes Toyota e Volkswagen), o grupo Renault-Nissan-Mitsubishi anuncia nesta semana um importante passo rumo à eletrificação de seu portfólio. Em entrevista concedida à agência de notícias Bloomberg, o chefão Carlos Ghosn confirmou que dentro do prazo máximo de 5 anos serão colocados à venda no mercado global nada menos que 12 novos veículos puramente elétricos. O pacote faz parte do ambicioso plano estratégico "Alliance 2022" e inclui ainda investimentos pesados em sistemas de condução autônoma.
Apesar de ousado (e, consequentemente, dispendioso), o plano é executável graças ao envolvimento de todas as três marcas e suas respetivas ramificações, explica Ghosn. "Nós vamos usar a escala que temos para construir vantagens mais competitivas para o futuro", disse. "Os grandes têm vantagem considerável nessa situação. Quando você tem a vantagem da escala, você não precisa pegar atalhos. Você pode dar ao luxo de desenvolver todas as tecnologias necessárias para o carro do futuro", completou.
O grupo atualmente é líder no setor elétrico global, mas sente que é preciso se defender de ameaças crescentes, como a Volkswagen e sua linha I.D. e a Tesla e suas ideias ambiciosas. O plano é ampliar a oferta e, ao mesmo tempo, otimizar a tecnologia já existente. Por exemplo: até 2022, a expectativa da companhia é garantir que seus elétricos tenham pelo menos 600 km de autonomia, contra 300 km de hoje. Além disso, apenas 15 minutos de carga devem render 215 km de autonomia, contra os cerca de 90 km verificados atualmente.
No campo dos veículos a combustão (do qual o grupo caminha para ser líder em 2017), a meta é ampliar as sinergias e aumentar o faturamento, ampliando compartilhamentos e reduzindo custos. Segundo previsões, em 2022 cerca de 9 milhões de veículos serão produzidos com base em plataformas globais compartilhadas. Para efeito de comparação, esse número hoje gira em torno de 2 milhões. Além disso, a porcentagem de motores e transmissões usados conjuntamente saltará de 30% para 70%, gerando economia de pelo menos US$ 11,9 bilhões.
No fim das contas, Ghosn projeta uma receita global de aproximadamente US$ 240 bilhões, ante os US$ 180 bilhões registrados no ano passado. Na visão do executivo, China, Índia e Sudeste Asiático devem puxar esse crescimento.
Fonte: Bloomberg
Fotos: Divulgação
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