A acusação de formação de cartel por parte da Audi, BMW, Daimler, Porsche e Volkswagen pode pesar muito ao bolso das empresas envolvidas. Segundo o site Business Insider, Margrethe Vestager, da Comissão de Competição da União Europeia, se forem comprovadas as denúncias de que as marcas fixavam preços, padrões e fornecedores, as multas podem atingir cifras muito elevadas.
Uma reportagem da revista alemã Der Spiegel revelou, em julho, que Audi, BMW, Daimler, Porsche e Volkswagen teriam montado um grupo que fez acordos secretos de pesquisa e desenvolvimento. Esse esquema teria sido criado nos anos 1990 e mexe com vários aspectos, como tecnologias de motores a gasolina e diesel, embreagens, freios e transmissões. A Bosch é uma das fornecedoras acusadas de fazer parte do cartel. Cerca de 200 funcionários das companhias teriam participado de 60 comitês para as discussões ilegais.
O esquema também pode ter mexido com os motores a diesel e ter criado a base para as fraudes de emissão de poluentes. Segundo a Der Spiegel, o cartel teria combinado o uso de tanques pequenos de Arla, reagente de ureia usado para reduzir a emissão de óxido de nitrogênio dos veículos a diesel. Essa decisão teria gerado a necessidade de desenvolver um esquema de fraudar os testes do governo.
A União Europeia ainda investiga o caso junto ao governo alemão, o que pode levar um tempo. Por isso, Vestager diz que é muito cedo para discutir quais as possíveis sanções e quando a UE tomaria uma decisão a respeito. O processo pode ser acelerado pelas próprias fabricantes, já que algumas estão encaminhando documentos sobre o caso, como uma denúncia de que alguém está fazendo algo ilegal dentro da empresa – um tipo de delação premiada. A Der Spiegel diz que VW, Daimler, Audi e Porsche teriam feito este procedimento.
Especialistas falam de multas bilionárias para as empresas envolvidas, com valores acima dos que a VW teve de pagar pelo escândalo do Dieselgate – alguns falam que podem pagar 10% de seu lucro líquido.
Fonte: Automotive News
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