Nas décadas de 1980 e 1990, a Chevrolet brasileira vivia basicamente dos carros da europeia Opel, como Corsa, Kadett, Monza e, no topo da gama, o refinado Omega. Lançado no Brasil em agosto de 1992 como substituto do Opala, ele era o carro nacional mais luxuoso da época, principalmente na versão mais cara CD com motor 3.0 de 6 cilindros e 165 cv importado da Alemanha.
Na Europa, a Opel sempre foi conhecida por suas versões endiabradas. E no dia em que ela anuncia o retorno da mítica sigla GSi no Insignia (sucessor do Vectra), Motor1.com traz para você um emocionante reencontro com um clássico esportivo da marca: o Omega Lotus, desenvolvido pelo braço inglês da Opel (chamado Vauxhall) em parceria com a também inglesa Lotus, reconhecida pelo seu legado esportivo.
A imprensa adorava idolatrar sua velocidade máxima de 283 km/h e sua aceleração de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos - números que faziam deste Omega o sedã de produção mais rápido do mundo naquela época, batendo inclusive o BMW M5.
Tremendo desempenho era fruto do motor de seis cilindros em linha e 3.6 litros, biturbo, que gerava nada menos que 380 cv e de potência e 57,9 kgfm de torque. Motor esse que, curiosamente, derivava do 3.0 usado no Omega brasileiro, mas com comando duplo no cabeçote (24V), usado no Omega GSi europeu. Nas mãos da Lotus, o propulsor teve diâmetro e curso aumentados para elevar a litragem a 3.6 litros, além de receber dois turbos com 0,7 kg de pressão e um intercooler.
O Omega Lotus ainda é discutido em tons reverenciados entre amantes de esportivos, com o impacto do desempenho desta fera ressoando até hoje. Estar atrás do volante de um deles é algo que eu queria fazer desde que li sobre esse carro pela primeira vez. Dizem que a gente nunca deve conhecer seus heróis, mas é evidente que isso não será um problema aqui.
O câmbio manual de 6 marchas (mesmo do Corvette ZR1 da época) imediatamente entrega a idade do Omega, uma vez que os super sedãs atuais vêm todos com caixa automática ou automatizada de dupla embreagem. No entanto, não há nada de errado com a performance, que continua a ser chocante, mesmo em comparação com os 600 cv que seus equivalentes modernos entregam atualmente.
O rodar é bem composto, a direção é detalhada e seu tamanho, que já foi grande um dia, hoje não parece um limitador. Acelere com vontade e veja o quanto esse carro é empolgante, envolvente e interessante de se dirigir, misturando o desempenho moderno com uma sensação old school. Custava o equivalente a mais de R$ 200 mil na época no Reino Unido, e este exemplar é um dos somente 286 construídos. Se você tem um, não o venda, pois ele é apreciado em valor a uma taxa igual à rapidez que ele acelera.
Então você tem isso: uma mistura eclética de antigos e novos Vauxhall, lembrando que, apesar do posicionamento atual da marca, ela já inovou e empurrou fronteiras em sua longa história. Com a propriedade mudando para o Grupo PSA, a Opel/Vauxhall não está mais sob o guarda chuva da GM. O que o futuro vai nos mostrar disso não está claro, mas, se a evidência de sua história for alguma pista, ela pode simplesmente surpreender e deleitar-se à medida que se empurra para uma nova era.
Fotos: Motor1.com
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