Os jornais de negócios cantaram a bola direitinho. Nesta segunda (26), a Takata declarou falência tanto no Japão quanto nos EUA como única alternativa para manter o fornecimento de peças. A derrocada vem depois do que é o maior recall já convocado até hoje, com mais de 100 milhões de airbags defeituosos. Um problema de umidade no deflagrador causava corrosão e fazia com que pedaços de metal fossem disparados com a bolsa de ar, quase como um tiro. Até hoje, 16 pessoas foram mortas pelo defeito, tanto nos EUA quanto na Malásia.
Na sequência do pedido de falência, a Takata anunciou que venderá seus ativos em todo o mundo à Key Safety Systems (KSS) por US$ 1,588 bilhão. Pechincha, considerando que a Takata tem 60 mil empregados e atua em 23 países, mas um negócio que leva em conta todas as dívidas que a KSS deverá assumir para poder continuar fornecendo peças a grandes fabricantes. Segundo especialistas, essas dívidas podem ultrapassar os US$ 10 bilhões e incluem indenizações, multas e os custos de substituição dos airbags defeituosos.
Os veículos com as peças defeituosas, que passam dos 50 milhões, ainda estão sendo convocados para as concessionárias. A enorme quantidade de peças com defeito exigiu chamadas "parceladas", sempre que as novas estivessem disponíveis para substituição. Tanto que muitos fabricantes anunciaram o recall e pediram que o banco do passageiro não fosse usado até que o reparo tivesse sido realizado.
"Se as coisas ficassem como estavam, sabíamos dos riscos de não sermos capazes de levantar recursos e de continuar fornecendo nossos produtos. Diante disso, do estado das negociações com o comprador e com os fabricantes de carros e da opinião de uma comissão externa de experts, decidimos declarar a falência", disse Shigehisa Takada, CEO da Takata, que, como bom japonês, se curvou em pedido de desculpas ao fazer o anúncio em Tóquio.
Fotos: divulgação
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